DESISTIU
REPRODUÇÃO/SBT
Marcos Oliveira no The Noite, do SBT; ator interpretou o personagem Beiçola em A Grande Família
Marcos Oliveira, que deu vida ao Beiçola em A Grande Família (2001-2014), explicou a razão de ter desistido de ir morar no Retiro dos Artistas. O ator havia conseguido uma vaga na instituição, mas decidiu ficar no local onde vive para não ter que se desfazer de seus cachorros. Ele também afirmou que não teria como se manter na instituição.
O artista se pronunciou sobre o assunto por meio de um texto publicado no Facebook nesta quarta (4). Recentemente, ele recebeu R$ 50 mil de Deolane Bezerra após afirmar que estava passando fome. Apesar da doação, na publicação, Oliveira reforça que ainda enfrenta dificuldades financeiras.
"Não tenho mais a minha aposentadoria, sendo assim eu não poderei contribuir com nada lá e eles precisam. Afinal, o Retiro é um condomínio cheio de vantagens para quem vive lá. Mas eu não tenho como pagar. O golpista que no ano passado fez empréstimos em meu nome, tirou até cartão de crédito nessa conta minha e hoje tem uma dívida que seu eu for pagar agora, o dinheiro que ganhei não vence", iniciou ele.
No trecho seguinte, o eterno Beiçola destacou que não seria capaz de abandonar seus três cachorros para morar em outro lugar. Quando aceitou ir para o Retiro dos Artistas, ele havia combinado de levar apenas um dos animais, mas voltou atrás na decisão.
"Te convido a escolher um dos três filhos seus para você cuidar, sabendo que dois serão abandonados, afastados de sua vida. Quem você escolhe ficar para o resto da sua vida e quem você decide que com 10 anos de idade (idade canina que dá quase 70 anos) vai ter que se afastar de você?", indagou.
Eu tenho três cachorras que são a minha família hoje, que foram abandonadas, e eu fui lá resgatei. Não se abandona ninguém da família. Não faria isso com ninguém e nem com um animal que não tem capacidade de entender isso. Elas são o amor verdadeiro que eu tenho. Se eu perder isso, já não terei mais motivo pra viver e estarei repetindo a mesma coisa que aconteceu comigo: minha mãe me abandonou. Mas o retiro não tem nada a ver com isso e lá só pode ir uma cachorra.
Tem artista e gente da técnica em situação muito mais precária que a minha que aproveitará mais a estrutura do Retiro do que eu. Não acho justo isso, se eu posso trabalhar e ganhar o meu dinheiro pra pagar minhas contas. E pagar as dívidas que estão em meu nome. Além de resolver na justiça tudo o que o golpista me fez.
No trecho final do desabafo, Oliveira ainda sugeriu que outras pessoas deveriam ser levadas para a instituição, já que estão em uma situação muito pior que a dele.
"Tem artista e gente da técnica em situação muito mais precária que a minha que aproveitará mais a estrutura do Retiro do que eu. Não acho justo isso, se eu posso trabalhar e ganhar o meu dinheiro pra pagar minhas contas. E pagar as dívidas que estão em meu nome. Além de resolver na justiça tudo o que o golpista me fez".
"Eu não entendo como gente que está em situação mais precária que a minha, que não tem a boa sorte que eu tenho de ter um nome reconhecido, não pode ir para o Retiro. Essas pessoas são tão gente quanto eu! São pessoas que chegam ao final da vida, ganhando salário mínimo de aposentadoria e sem condições de trabalhar, pois o trabalho delas é facilmente substituído por gente mais jovem que em começo de carreira, tem que aceitar ganhar pouco pois precisa ter experiência", completou ele.
Cida Cabral, diretora da instituição, comentou sobre a desistência do ator em entrevista à Quem. "Nós prevíamos que após as doações ele iria desistir mais uma vez, mas nossa parte nós fizemos, que foi a de contatá-lo, oferecer [ajuda] e abrir as portas", disse ela.
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