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VAL NASCIMENTO

Mãe de MC Kevin supera luto pelo filho com apoio de parentes de funkeiros

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

MC Kevin, à esquerda, e Val, à direita

Val, mãe de MC Kevin, teve o apoio de familiares de funkeiros para superar morte do filho

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 26/11/2023 - 10h00

Valquiria Nascimento, mãe de MC Kevin (1998-2021), formou o grupo Mães do Funk para trocar conselhos e divulgar lançamentos com matriarcas de outros artistas do gênero. Aos poucos, porém, a relação entre as mulheres se fortaleceu, e elas criaram uma importante rede de amizade. Val, como é comumente chamada, considera fundamental o apoio que recebeu das outras matriarcas após a morte do filho.

O grupo é tema da série Mães do Funk, da MTV e do Paramount+. A produção acompanha a rotina de Ana Lee --mãe de MC Pedrinho e MC Nando--, Cláudia Moura --mãe de MC 7Belo--, Cláudia Santos --mãe de MC Don Juan e MV--, Lidiane --mãe de MC Brinquedo--, e Val --mãe de MC Kevin e Suevilyyn--, que passaram a auxiliar no gerenciamento da carreira dos filhos.

MC Kevin morreu aos 23 anos após cair do quinto andar de um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ao serem informadas da tragédia, as integrantes do grupo rapidamente se uniram para fornecer apoio a Val. A empresária conta ao Notícias da TV que, a partir desse momento, notou a forte conexão que havia criado com as outras mães.

"Percebi o quanto elas são importantes pra mim no dia em que eu perdi o Kevin. Cheguei em casa e elas estavam todas com o olhar de desespero, falando: 'Meu Deus, poderia ter sido meu filho, vamos ajudá-la'. Tenho um carinho imenso por cada uma delas", declara.

"A nossa relação é maravilhosa, damos risada o dia inteiro. Se estamos juntas, tudo é motivo de dar risada. Amo vocês", continua, ao se direcionar às outras mães. "Gosto muito delas, elas são meu porto seguro. Quando preciso chorar, é para elas que eu vou."

Ana Lee enaltece a cumplicidade fortalecida por Val. Ela conta que a personalidade de Kevin se mantém viva com a mãe. "O projeto veio pela Val e do sonho do Kevin, a Val veio dando continuidade ao Kevin. Ela é o Kevin, é hiperativa e tem um fogo que, olha, não saio mais com ela. Sou idosa", brinca.

União entre as mulheres

Cláudia Moura foi a última mãe a entrar para o grupo. Como ela não tinha experiência com o mercado musical, encarou o suporte das outras matriarcas como crucial para que se familiarizasse com o ramo.

A mãe de MC 7Belo destaca que os aprendizados vão além do círculo empresarial. Cláudia admite que não tinha o costume de fazer declarações de afeto. Após conhecê-las, aprendeu a dizer "te amo".

"Dos altos e baixos que a Val teve, ela resolveu fazer esse projeto. Quando ela me convidou, fiquei muito feliz", diz. "O projeto Mães do Funk veio para a minha vida pra multiplicar, sou muito feliz e grata a todas."

Lidiane afirma que as integrantes se tornaram uma espécie de dicionário. Para a mãe de MC Brinquedo, o projeto ressalta a força da maternidade. Ela espera que outras mães de artistas do gênero sejam beneficiadas pelo grupo.

"[Ele] Mostra que somos mães, que vamos cuidar dos nossos filhos enquanto vivermos, mas acabou servindo para que uma pudesse auxiliar a outra. Porque todas nós temos dúvidas, não sabemos tudo. Esse projeto é muito importante, porque ajudou a todas nós e aos nossos filhos. E ainda vai ajudar muitas outras mães", enaltece.

"No dia a dia, trocamos ideia, conversamos, tiramos dúvidas, choramos, queremos colinho, abraço, ficamos ansiosas. Temos as mães pra conversar, amizade e companheirismo. Quanto estou com uma dúvida ou preciso de alguma coisa, falo com elas, pergunto o que devo fazer", complementa Ana.

Quando precisamos uma das outras, estamos lá. Quando outras mães precisarem, estaremos lá, não importa a posição ou fase. Na medida do possível, estaremos lá. Somos mães do funk. Independentemente disso, somos mães. Somos guerreiras.

Olhar familiar

O funk, gênero predominante nas periferias do Brasil, sofre com o preconceito de parte da população. Além do empoderamento feminino, Cláudia Santos ressalta a possibilidade de transformar a perspectiva dos telespectadores por meio da abordagem familiar da série.

"A série é importante por conta do alcance que o funk tem sobre jovens. Mostrar que artistas funkeiros têm uma família e uma estrutura. Acho que a própria mãe do jovem que curte o funk vai olhar com um ar diferente. É muito importante elas conhecerem as mães de cada artista", finaliza a empresária.


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