Jesuita Barbosa aprova erotização de peões em Pantanal: 'Gosto muito'

A carreira de Jesuita Barbosa ganhou uma nova dimensão em Pantanal. Além de ter ficado muito mais conhecido, ele foi visto por parte do público como um galã, por ter interpretado Jove. Em entrevista, o ator afirmou acreditar que o rótulo de galã esteja em desuso, mas aprovou a erotização e a valorização dos corpos masculinos na novela, principalmente dos atores que interpretaram peões. 

"Eu, particularmente, gosto muito", falou ele, aos risos, em depoimento ao jornal Folha de S.Paulo. "Os homens aparecem muito mais sexualizados, numa potência sexual mais definida do que as mulheres. E eu acho que elas aparecem com uma força, a partir da história da Maria [Bruaca] e da Juma, de dizer o que querem fazer, quando querem fazer, o que não querem fazer. Tem uma importância sobre gênero que foi bonito de discutir", explicou. 

O ator acredita que outro possível ganho de Pantanal foi o início de uma desconstrução da ideia que se criou do galã, o homem que arrasa corações do público e das personagens femininas numa novela. 

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"Galã é um termo que está caindo em desuso. O galã está muito vinculado à ideia de uma possível relação, e principalmente com uma mulher. Quando você vê um galã com a possibilidade de ficar com uma pessoa do mesmo sexo, parece que esse termo não pode existir", disse Jesuita. Apesar de ser discreto sobre sua vida pessoal e sua orientação sexual, o ator se relaciona com homens. 

"Acho que [a nova perspectiva sobre o que é um galã] se desconstrói não somente pela imagem, pelo desenho visual do que é a beleza de um homem, que é muito relativa, mas principalmente porque as ideias da figura que está ali, tanto do ator quanto da personagem, divergem muito desse lugar datado de galã", afirmou ele. 

Jesuita Barbosa ainda não tem um próximo trabalho para fazer na televisão e disse que quer usar o momento atual de sua vida para se reconectar. "Depois de ter passado por esse processo [da novela], vai levar um tempo para entender tudo isso. E é por isso que eu quero ficar recluso, para conseguir entender o que é Deus novamente", declarou. 

Por enquanto, ele afirmou que quer tentar saber mais sobre seu pai (o ator não tem muito contato com a figura paterna) e também espera por um bom resultado nas eleições presidenciais. Ele torce para que Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito e possa transformar o Brasil, remando contra a onda bolsonarista que se instalou nos últimos anos. 

"Ele [Jair Bolsonaro] conseguiu criar esse retrocesso que vai levar um tempo para a gente recuperar. Mas nada é para sempre. Essa maré [progressista] deu um recuo, e acho que ela vai também para frente agora. A gente vai ter mais impulso, mais gana para fazer acontecer, tendo agora um grande presidente à frente do país, uma pessoa que merece estar ali", disse Jesuita, em referência a Lula.