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No ar em A Gata Comeu

Fora da TV, Bia Seidl estranha reprise de novela: 'Não me reconheço'

Estevam Avellar/TV Globo

Bia Seidl durante sua participação no quadro Dança dos Famoso, no Domingão do Faustão - Estevam Avellar/TV Globo

Bia Seidl durante sua participação no quadro Dança dos Famoso, no Domingão do Faustão

FERNANDA LOPES

Publicado em 3/11/2016 - 5h41
Atualizado em 3/11/2016 - 18h10

A novela A Gata Comeu (1985) voltou a ser exibida na TV no último dia 24 pelo canal Viva, mas Bia Seidl, que fez parte do elenco da trama, prefere consumir outro tipo de programação. A atriz de 55 anos estreou na televisão em 1981 e, até 1999, fazia no mínimo uma novela por ano.

Longe da Globo desde 2013, ela se dedica hoje ao teatro, orienta atores iniciantes em testes para TV e não sente vontade de rever as produções antigas das quais participou. 

Para Bia, a diferença da teledramaturgia daquela época para a atual é tão grande que ela nem se reconhece nas cenas. "Não sou saudosista, e o ritmo das cenas me incomoda um pouco, era outra época. Não me reconheço. Na verdade, acho estranho, não assisto. Mas é uma jovem começando carreira, intuitiva. Tenho carinho pelo trabalho", ela conta.

Divulgação/Globo

Bia Seidl como a vilã Gláucia de A Gata Comeu (1985)

Em A Gata Comeu, Bia interpreta a personagem Gláucia, que fazia de tudo para atrapalhar a vida da protagonista Jô (Christiane Torloni). Em seu papel de maior destaque até então, a atriz recebeu orientação do diretor Herval Rossano (1935-2007), que pediu até que ela fizesse uma correção ortodôntica para participar da novela.

Nas décadas de 1980 e 1990, Bia fez mais de 20 trabalhos na TV e ficou famosa por interpretar personagens em tramas de diferentes emissoras, como Vale Tudo (1988) e Vamp (1991), na Globo, Sangue do Meu Sangue (1995) e Os Ossos do Barão (1997), no SBT, e Dona Beija (1986), na Manchete.

"Os convites surgiam, e mudar de emissora trazia abertura de mercado de trabalho. O mesmo acontece hoje quando você faz TV fechada. Minhas experiências me trouxeram imenso desenvolvimento e capacitação", afirma.

Victor Lemini/Divulgação

Bia Seidl em cena de sua peça de teatro mais recente, Não Contém Glúten, em São Paulo

Atriz e técnica
Nos últimos anos, Bia diminuiu o ritmo de participações em novelas e especiais da TV. Seu último papel em uma trama foi como Margarida, uma mulher submissa do início do século 20, em Lado a Lado (2012). No ano seguinte, ela chegou a fazer parte do elenco do quadro Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão, mas fraturou duas costelas logo no início dos ensaios e não conseguiu ir muito adiante na competição.

Desde então, Bia mora em São Paulo, onde tem se dedicado ao teatro. Ela estrelou a peça Não Contém Glúten no primeiro semestre deste ano, ao lado de Pascoal da Conceição, e gostaria que a produção tivesse uma nova temporada em 2017. A atriz também trabalha na captação de recursos para encenar um texto de autoria própria.

"Retomei meu teatro, onde a gente tem como verticalizar e [fazer] um aprimoramento constante a cada dia. Na TV ou no cinema, estamos a serviço das máquinas. Mas não é menos estimulante por isso", pondera.

Com mais de 30 anos de experiência, Bia atualmente também passa adiante o que aprendeu ao longo dos anos como técnica de teatro em uma escola de artes em São Paulo. Ela dá consultoria para atores iniciantes que estão prestes a fazer testes para produções de TV.

"Acho que posso contribuir para jovens atores terem boa noção para atuar em televisão. Tem sido muito interessante alcançar o que as pessoas nem sabem que podem", comenta.

Ainda assim, se a Bia de hoje pudesse dar um conselho para a jovem que foi há 30 anos, não a incentivaria a seguir em frente na carreira de atriz. "Faça medicina. Prefiro deixar as conclusões para o leitor", ela diz, categórica e misteriosa. 


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