Filho de Maguila diz que relação com o pai se transformou antes da morte

Júnior Ahzura, filho de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila (1958-2024), desabafou sobre a morte do ex-lutador de boxe. O herdeiro relembrou os últimos encontros com o pai e revelou que a relação dos dois havia passado por uma transformação positiva. "Eu chegava para visitá-lo, os olhos dele brilhavam", contou. 

Em entrevista ao Fantástico, da Globo, Ahzura e Irani Pinheiro, viúva de Maguila, comentaram sobre o falecimento dele. Por ter recebido repetidos golpes na cabeça durante sua carreira, o ex-atleta foi diagnosticado com encefalopatia traumática crônica (ETC), doença neurodegenerativa progressiva.

"Todas as pessoas falam que tem algo de engraçado para lembrar dele... Ele tem esse lugar de trazer alegria, era algo muito natural", refletiu o filho. "Meu pai era essa pessoa simples, um olhar tão crítico e respeitoso, de respeitar o próximo. Era dele", seguiu o jovem. 

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Irani comentou sobre o desejo de Maguila de doar o cérebro para estudo após sua morte. Cientistas da USP (Universidade de São Paulo) estudam os impactos repetitivos em cabeças de atletas. "A equipe médica conversou comigo. Ele estava bem, ele falou: 'Pode fazer isso'", explicou a viúva.

Antes de encerrar a entrevista, Júnior Ahzura falou sobre seus últimos encontros com o pai. "Ele deixou marcas de quebrar muitas barreiras. No final da vida, a nossa relação foi se transformando, o amor que já existia foi se inflamando, positivamente. Eu chegava para visitá-lo, os olhos dele brilhavam. Ele era um lutador, literalmente", completou o herdeiro. 

Casamento com Irani 

Irani passou 40 anos ao lado de Maguila. Durante o tempo que ficaram juntos, os dois enfrentaram alguns desafios, incluindo episódios de preconceito. Em sua biografia, Maguila chegou a narrar que o pai da mulher não havia aprovado o relacionamento dos dois. "O velho era racista", escreveu. 

Os dois se casaram quando ela tinha apenas 17 anos. Na época, ela chegou a ser acusada de agir por interesse ao se relacionar com ele, que já tinha 25 anos. Antes de o diagnóstico de Maguila, que sofria de encefalopatia traumática crônica, ser revelado publicamente, Irani foi acusada de maltratar o então companheiro. Ele, por sua vez, se afastou da mídia e não costumava conceder entrevistas sobre o assunto.