De evangélica a professora de ioga: Por onde andam as musas de Fausto Fawcett

No início da década de 1990, as cinco bailarinas do cantor e compositor Fausto Fawcett atiçavam a libido masculina com coreografias ousadas nos shows e programas de TV. Ao longo de quase três anos, elas foram as estrelas do espetáculo Básico Instinto, que fez turnês pelo país. Hoje, as musas tomaram rumos bem diferentes daquele que as deixou famosas há 30 anos.

Gisele Rosa, Luciana Brites, Katia Bronstein, Regininha Poltergeist e Marinara Costa formavam o time considerado símbolo sexual na época, mas nem todas seguiram nos holofotes. Marinara e Regininha foram as que mais se destacaram, com direito a figurar em capas de revistas masculinas e abocanhar trabalhos na televisão, cinema e teatro. 

Embora muitos acreditem que elas foram a inspiração para Kátia Flávia, um hit da época, a música foi lançada muito antes, em 1987. A canção foi feita inspirada em uma notícia de jornal sobre uma garota que criava confusões em uma boate no subúrbio carioca, mas as bailarinas só entraram para a banda cinco anos depois.

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"Elas não estavam vinculadas à música Kátia Flávia, claro que as personalidades têm a ver com a figura dela, mas elas foram convocadas por mim, que em espetáculos e performances sempre procurei uma musa para trabalhar", declara Fawcett.

Veja como estão hoje as bailarinas do show Básico Instinto:

Hoje, Gisele Rosa é professora de balé clássico

Gisele Rosa (52 anos)

Na época com 23 anos, Gisele trabalhou com Fawcett entre 1993 e 1995. Atualmente está casada, tem três filhos, é professora de balé clássico e tem uma escola de dança no Rio de Janeiro. Sobre o passado, a gaúcha só tem boas recordações:

"Foi uma experiência única na minha vida, dançar com aquela banda sensacional era demais, e a sensação de dançar livremente, embora tudo fosse coreografado. Me divertia muito com os meninos, muito alto astral, embora hoje em dia não tenha mais contato com eles", revela.

Luciana tem uma escola de yoga no Rio de Janeiro

Luciana Brites (48 anos)

Irmã da apresentadora Rafa Brites, Luciana continuou na dança. Após sair da banda, trabalhou com Deborah Colker e hoje vive entre Nova York e Brasil. Além de ser professora de ioga, é também atriz, preparadora corporal, coreografa e dona de uma escola online relacionada à arte e ao ioga.

Katia tem carreira consolidada no exterior

Katia Bronstein (56 anos)

Kátia B. como assina hoje, não possui nenhuma relação com o nome da famosa música, mas já conhecia Fawcett desde 1982 do Circo Voador, espaço cultural alternativo localizado na época na praia do Arpoador, em Ipanema. Além de bailarina, é também atriz, cantora e compositora, inclusive fez teatro com Cazuza (1958-1990) no início dos anos oitenta. Em 1987, participou da abertura do Fantástico e também atuou em filmes e minisséries.

Com uma carreira musical consolidada no exterior, principalmente na Europa, ela se prepara para lançar um EP e um videoclipe em breve, e revela que seu envolvimento com a música vem desde aquela época: "Participei também como vocalista tanto no disco como nos shows ao vivo. Tenho recordações maravilhosas, fizemos clipe, gravamos um LP, uma grande experiência", diz orgulhosa.

Marinara permanece na carreira policial

Marinara Costa (53 anos)

Descoberta por Fawcett no sambódromo em 1993, Marinara era policial e destaque em diversas escolas de samba cariocas. A canção Marinara Explode Coração, dedicada a ela, mostrava "a loira majestade do lado da lei e do samba", segundo o cantor/compositor.

Nos anos seguintes Marinara investiu na carreira de atriz, fez peças teatrais, televisão e, em 2002, foi candidata a deputada federal pelo Partido Liberal, mas não foi eleita. Evangélica há 17 anos, ela continua na polícia e não descarta a possibilidade de ser pré-candidata a deputada esse ano: "A política é um chamado, não é uma profissão, o genuíno papel do político para mim é cuidar da sua comunidade, é bem provável que eu me candidate", declara ela, diaconisa na igreja que frequenta.

Carreira artística de Regininha não foi bem sucedida 

Regininha Poltergeist (51 anos)

O apelido veio após a sua participação no espetáculo Santa Clara Poltergeist, anterior ao show Básico Instinto. Ela até tentou permanecer no meio artístico, lançou música, posou nua para diversas publicações, fez peças teatrais, e também cinema, mas a carreira não decolou.

Em 2007, em função de problemas financeiros, atuou em filmes adultos e posteriormente trabalhou no comércio, mas não ficou por muito tempo. Em novembro do ano passado, seu nome esteve em todos os sites e jornais quando foi revelado pelo UOL que ela estava vivendo em um posto de gasolina na zona oeste do Rio. 

Procurada pelo Notícias da TV, Regininha conta que está morando com o pai no Méier, bairro da zona norte, após a morte de sua mãe em janeiro desse ano. Ela afirma que estaria sofrendo ameaças, sem revelar detalhes sobre as supostas intimidações. Um parente próximo, que não quis se identificar, revelou à reportagem que ela vem apresentando problemas psicológicos.

Documentário a caminho

Um documentário sobre a carreira de Fausto Fawcett está sendo produzido e contará com depoimentos de várias personalidades do cenário musical que colaboraram em projetos desde os primórdios, na segunda metade dos anos 1980, como: Dado Villa-Lobo (Legião Urbana), Marcelo e Marcos Lobato (Rappa), Paula Toller (Kid Abelha), Dé Palmeira (Barão Vermelho), João Barone (Paralamas do Sucesso) e Fernanda Abreu, que em 1997 regravou Katia Flávia. A previsão de lançamento do documentário Fausto Fawcett na Cabeça é para o final do ano.