DESABAFO
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Tonico Pereira, de cueca, em entrevista para Fernanda Piacentini, apresentadora do Sem Frescura
REDAÇÃO
Publicado em 11/5/2020 - 17h40
Tonico Pereira, 71 anos, desabafou sobre o começo da carreira na Globo. Em 1974, o ator conseguiu uma participação na novela O Espigão, estrelada por Betty Faria, Ary Fontoura e Susana Veira, entre outros. No entanto, ele confessou que o salário na época não era dos melhores. "Fiquei muito tempo sendo o pior cachê da Globo", reclamou em entrevista para o programa Sem Frescura, da Rede Rio TV, em que apareceu de cueca.
"É uma cueca vinho. Uso muito em cena a cueca vinho. Tenho esse fetiche, não sei de onde veio. Mas eu gosto de entrar em cena com cueca vinho", explicou durante o bate-papo com a apresentadora Fernanda Piacentini. O vídeo foi publicado no canal do YouTube do Sem Frescura no domingo (10).
Na entrevista --com ele bem à vontade em sua casa, no Rio de Janeiro--, o veterano relembrou o início da carreira como ator. Tentando a carreira artística nos anos 1970, ele revelou curiosidades sobre sua entrada em O Espigão.
"Ali [naquela época], eu já estava há três ou quatro anos sendo chamado pela Globo. Só que eu não aceitava por questões ideológicas. Queria fazer teatro e cinema. Mas até o dia em que a ente começou a dividir média [café com leite] com pão e manteiga", contou.
A falta de dinheiro falou mais alto, e Pereira decidiu aceitar o papel na produção, que era sucesso naquele ano. "Foi um papel que foi oferecido a dois atores já conhecidos e eles não aceitaram, porque era um papel pequeno. Ele desencadeava o fim da novela, mas era uma semana e meia [de participação]. Me chamaram e eu estava numa merda danada", revelou.
"Ganhava bem?", questionou Fernanda. "Nunca ganhei bem", disparou o ator. "Agora eu não ganho mal, mas na época fiquei muito tempo sendo o pior cachê da Globo."
No entanto, o personagem pequeno, chamado de Bambolê, garantiu estabilidade para o veterano. Em declaração para o livro Um Ator Improvável - Uma Autobiografia Não Autorizada, da Coleção Aplauso, ele já havia reconhecido que o pequeno papel na trama foi o responsável por sua sobrevivência na carreira.
"Se eu fosse um ator só de teatro, ou só de cinema, olha, já teria morrido. Foi a Globo que, me dando plano de saúde, me dando apoio, me tirou dois cânceres e um tumor benigno. Quer dizer, me permitiu fazer três operações, fora as hemorroidas, fora o joelho, fora não sei o quê. Em suma, a Globo me fez criar as minhas filhas", declarou.
Em entrevista para o Sem Frescura, Pereira também relembrou seu outro feito: ter dado o primeiro beijo gay do cinema nacional no filme República dos Assassinos (1979). "A cena, para mim, é uma coisa como a vida. Não me importo. Isso não muda minha sexualidade", analisou.
Confira a entrevista de Tonico Pereira no Sem Frescura:
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