Condenado por homicídio, goleiro Bruno cobra R$ 3 milhões por danos

Condenado a 22 anos e três meses por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver de Eliza Samudio (1985-2010), Bruno Fernandes foi à Justiça para conseguir uma indenização contra a Editora Record. Ele cobra R$ 1 milhão por dano moral e outros R$ 2 milhões por danos materiais.

O ex-atleta, que atualmente está solto, alega uso indevido de imagem no livro Indefensável: O Goleiro Bruno e a História da Morte de Eliza Samudio, publicado em 2014. Na petição, a defesa alega que Fernandes não recebeu "um centavo" pela obra.

O caso corre na 31ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Uma audiência de conciliação está marcada para 15 de setembro. Procurada pelo Notícias da TV, a Editora Record (que não tem ligação com a emissora de TV Record) afirmou que "se pronunciará nos autos do processo".

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Em julho, o juiz Paulo Roberto Campos Fragoso negou um pedido da defesa do ex-goleiro para suspender a venda dos livros em caráter de urgência. O magistrado explicou que uma decisão só pode ser tomada após o julgamento da ação.

"Ora, não verifico uma situação de perigo iminente ao direito substancial a ensejar o deferimento da tutela de urgência de forma 'inaudita altera parte'. Ao contrário, o próprio autor [goleiro Bruno] afirma que 'a Editora publicou o livro em 2014, sendo que no atual momento encontra-se em sua 2ª edição, tendo figurado como uma das obras mais vendidas'", apontou.

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"O livro, cujo publicação pretende o autor [goleiro Bruno] seja suspensa em sede de antecipação dos efeitos da tutela, já se encontra em circulação há mais de 7 anos, inexistindo qualquer fato realmente novo que justifique, somente agora, determinar a suspensão de sua comercialização sem sequer ser assegurado o exercício do contraditório e a da ampla defesa pela ré [editora Record]".

Indefensável

Escrito por Leslie Leitão, Paula Sarapu e Paulo Carvalho, Indefensável é uma reportagem construída como thriller policial. Leia abaixo um trecho da sinopse da obra:

Nada escapa: num ritmo frenético, verdadeiramente cinematográfico, está tudo lá, desde a concepção da armadilha que capturaria a modelo, a execução do sequestro e o desaparecimento da jovem até o teatro dos julgamentos e a condenação dos responsáveis. A ação é entremeada de capítulos, de fina percepção psicológica, que mergulham nos perfis dos principais envolvidos, sobretudo Eliza, Bruno e Macarrão (braço direito do goleiro).

O livro seria transformado em uma série criminal do Globoplay, com direção de Amora Mautner. A Globo, no entanto, cancelou o projeto por causa da repercussão negativa.

Bruno solto

Em julho de 2019, o goleiro havia conseguido uma progressão de pena para o regime semiaberto por meio de uma decisão da Justiça de Minas Gerais e deixou o presídio.

No mês passado, ele voltou a jogar profissionalmente pelo Atlético Carioca, clube da quarta divisão do Campeonato Carioca. Um vídeo dele vaiado pela torcida rival viralizou nas redes sociais. Ele também teve problemas durante suas passagens pelo Poços de Caldas e pelo Rio Branco.

Além disso, Bruno abriu recentemente uma loja de açaí, na cidade de São Pedro da Aldeia, próxima a Cabo Frio, e também localizada na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Conforme o Notícias da TV antecipou, o ex-atleta tem uma dívida de pensão de R$ 90,7 mil --os atrasos ocorrem desde janeiro de 2020. A prisão dele chegou a ser decretada pela Justiça, mas ainda não foi feita pela polícia.