TABU
RAMÓN VASCONCELOS/TV GLOBO
Antonio e Bruno Fagundes: ator de Cara e Coragem (2022) é filho do veterano com Mara Carvalho
Bruno Fagundes assumiu seu namoro com o ator Igor Fernandez em janeiro, mas o relacionamento e sua orientação sexual nunca foram segredo para as pessoas próximas ao galã. O filho de Antonio Fagundes disse que ser gay foi um assunto tabu durante sua adolescência, principalmente por ele ser filho do astro consagrado na Globo.
O artista foi criado para abafar a sexualidade e não chamar a atenção. "Isso mudou meu comportamento e minha forma de agir. Todas essas questões me moldaram um pouco a não falar sobre minha orientação sexual por muito tempo", admitiu em entrevista ao site iG Queer.
"Eu sempre tive uma vida pública. Antes não era nem por uma questão de escolha, era só pelo fato de eu ser filho de pais famosos", contou. "Fui muito aconselhado a minha vida inteira a não falar, e eu entendo hoje que isso se deu por uma questão estrutural", lamentou o filho de Antonio e Mara Carvalho.
"As pessoas que me deram esses conselhos estavam agindo de acordo com a estrutura social, e não necessariamente com a forma como elas pensavam. Mas, obviamente, isso tudo me oprimia, e me deixava morrendo de medo. Eu ouvi a vida inteira que nada daria certo, especialmente nesta carreira, se eu falasse abertamente sobre ser um homem gay", afirmou.
O ator de Cara e Coragem (2022) está mais confortável para falar sobre sua sexualidade neste momento. O anúncio do namoro com Fernandez veio de forma natural.
Não arquitetamos nada do que aconteceu. Passamos a virada do Ano-Novo juntos, ele postou uma foto e eu repostei. Acabou. Não teve nenhuma estratégia, nenhuma intenção maior. Eu acho que tem uma homofobia velada por parte das pessoas. Ser um casal gay público com certeza desperta essa homofobia.
Para Bruno, o preconceito vem da imagem de representação de um "homem hétero ideal" que o público criou através de seu pai. Ao longo da carreira, Antonio interpretou muitos personagens que foram considerados galãs na televisão, como em O Rei do Gado (1997), em reprise na Globo.
"Dentro dessa lógica torta, absolutamente fantasiosa e machista, o homem hétero ideal tem que gerir um filho tal qual suas características, principalmente o filho que segue a mesma a profissão. Então a minha sexualidade gera espanto nas pessoas. Só posso lamentar que isso ainda gera violência", completou.
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