ULLISSES CAMPBELL
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Ullisses Campbell e Anna Carolina Jatobá: autor da trilogia Mulheres Assassinas conheceu detenta
Ullisses Campbell já teve contato com Suzane von Richthofen, Flordelis e Elize Matsunaga para escrever livros sobre as assassinas. Ele também conheceu Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella Nardoni (2002-2008) que participou da morte da enteada em 2008. Apesar de o caso ser um dos mais emblemáticos do Brasil, ele revela que não irá produzir uma obra sobre a criminosa pela falta de conteúdo.
O escritor e roteirista explica que a decisão de escrever sobre Suzane, Flordelis e Elize se deu porque as três têm histórias paralelas que vão para além dos crimes. Já Anna não teria sustentação para um livro nos mesmos moldes. Além disso, Campbell conta que já existe uma obra sobre o caso Nardoni.
"Não é um crime que atrai, apesar de eu ter coberto o crime inteiro, desde o dia que aconteceu até o julgamento. Não vejo muitos elementos que deem musculatura para um livro. O da Suzane, por exemplo, tem muitas histórias paralelas. A da Jatobá não tem", diz ele em entrevista ao Notícias da TV.
Campbell está trabalhando em dois livros para os próximos meses: a continuação de Suzane - Assassina e Manipuladora, que traçará a vivência dos pais dela; e outro sobre Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque --parte da trilogia Homens Assassinos. "As pessoas ficavam me perguntando o porquê de ter só mulheres, daí veio a ideia dos homens assassinos", pontua.
"Continua sendo um livro do universo feminino, porque todas as vítimas dele [Maníaco do Parque] eram mulheres. E, antes dele se tornar um serial killer, ele se envolvia só com homens. Ele tem uma sexualidade um pouco complexa", acrescenta o escritor.
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Ullisses Campbell é autor da trilogia Mulheres Assassinas
O escritor revela que seu trabalho com os livros das três criminosas fez com que ele ficasse conhecido entre detentos, que passaram a enviar cartas para ele. "Os presos me mandam cartinhas carinhosas. Eles se sentem muito esquecidos lá dentro das penitenciárias, apagados, como se estivessem no limbo", discursa.
Eles querem mostrar que estão no mundo, que estão vivendo, querem mostrar o que está acontecendo lá dentro... Principalmente as mulheres. Elas escrevem muito bem, porque leem muito dentro da cadeia.
Para Campbell, a produção e a repercussão de casos emblemáticos no streaming e na televisão servem para que o telespectador reflita sobre o mundo em que vivem. "As pessoas que assistem são um reflexo da sociedade, porque esses crimes aconteceram dentro da sociedade. Com certeza você assiste e julga se faria algo diferente", afirma.
"Um país também constrói a sua história com seus crimes emblemáticos, não podemos nos esquecer deles. A Fera da Penha, Roger Abdelmassih, João de Deus, Doca Street [1934-2020], Dorinha Duval... Esses crimes têm que ficar registrados para a gente saber", opina Ullisses Campbell, que conclui: "Temos que conhecê-los porque faz parte da nossa história, isso faz com que o crime permaneça vivo".
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