SÉRGIO CARDOSO
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Marco Nanini e Sérgio Cardoso (1925-1972) em O Primeiro Amor (1972); ator morreu durante novela
Há exatos 51 anos, O Primeiro Amor (1972) estreava na faixa das sete da Globo. A novela de Walther Negrão, no entanto, ficou marcada por um acontecimento trágico. Intérprete do protagonista Luciano Lima, Sérgio Cardoso (1925-1972) morreu na reta final do folhetim. O artista teve um ataque cardíaco aos 47 anos em 18 de agosto de 1972, faltando apenas 28 capítulos para o desfecho da trama.
A morte causou comoção em todo Brasil, já que ele era conhecido do público por trabalhos como O Anjo e o Vagabundo (1967), Paixão Proibida (1967), Pigmalião 70 (1970) e A Próxima Atração (1971). Segundo reportagens da época, mais de 15 mil pessoas compareceram ao enterro no cemitério São João Batista.
O autor de O Primeiro Amor precisou encontrar uma forma de substituir o protagonista e explicar a mudança ao público. Amigo pessoal de Cardoso desde os tempos do Teatro Brasileiro de Comédia, Leonardo Villar (1923-2020) foi escalado para viver o professor Luciano Lima a partir do capítulo 200. A novela também prestou uma homenagem ao artista.
O elenco foi reunido no palco do Teatro Fênix, e o ator Paulo José (1937-2021) leu um texto avisando sobre a substituição e relembrando a trajetória de Sérgio Cardoso no teatro e na TV.
A imagem de Cardoso foi congelada logo após o professor Luciano sair de um cômodo. Quando a cena continuou, já foi Leonardo Villar quem apareceu abrindo a porta caracterizado como o protagonista.
Walther Negrão falou sobre a troca do ator no livro Autores, Histórias da Teledramaturgia. "Conversamos e houve muitas sugestões, muitas delas esdrúxulas. Um diretor sugeriu que o enterro do Sérgio fosse gravado e que usássemos na novela. Não tinha nada a ver. O enterro do Sérgio foi quase como o enterro do Carlos Gardel [1890-1935], ou do Francisco Alves [1898-1952]. E o personagem dele era um professor do interior, que não tinha esse carisma todo. Optamos pela substituição", contou o dramaturgo.
A morte de Sérgio Cardoso acabou envolvida em uma das lendas mais famosas dos anos 1970. Houve o boato de que o ator sofria de catalepsia, uma doença rara que deixa os membros rígidos por horas, como se a pessoa estivesse morta. Espalhou-se, então, erroneamente que o artista teria sido enterrado vivo.
A história dizia que a família teria pedido que o corpo fosse exumado. Ao abrir o caixão, Sérgio Cardoso estaria virado de bruços, com arranhões no rosto. O boato sempre foi negado pelos familiares do ator.
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