PAULO LESSA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Paulo Lessa, de Terra e Paixão, comentou as dificuldades de ser um ator negro no Brasil
Paulo Lessa tem ganhado uma maior notoriedade ao interpretar Jonatas em Terra e Paixão. Apesar do destaque na novela da Globo, o ator de 41 anos contou que a luta para ganhar oportunidades na indústria artística ainda é árdua. Ele afirmou que o racismo velado gera uma resistência contra sua permanência no espaço televisivo.
O ator conversou com o jornal Extra e expôs as consequências do preconceito racial. Lessa estreou na televisão em 2008, como o intérprete de Paulo em A Favorita. No entanto, só ganhou seu primeiro protagonista neste ano, com a trama de Walcyr Carrasco. "Ainda é difícil para quem é negro", pontuou.
"Antes da atual novela, me alertavam que ser protagonista de uma trama das nove me daria muito mais oportunidades, mais espaço nas revistas, mais marcas me procurando para propagandas, mas não vejo isso acontecendo de maneira efusiva", continuou.
Ainda tem um racismo velado, um preconceito, certa resistência encruada na cabeça das pessoas. Um cara branco ocupando essa posição que é minha agora já teria milhões de seguidores [nas redes sociais], já teria estampando todas as capas [de revistas] e estaria fazendo muita campanha de publicidade.
Lessa comentou as dificuldades que enfrentou para alcançar a estabilidade como ator. Enquanto mergulhava na interpretação, ele trabalhou como office boy, vendedor de bolsas e funcionário de um cartório. "São muitas as dificuldades, principalmente sendo ator negro no Brasil, para quem as impossibilidades se multiplicam".
O artista ainda tentou passar por uma graduação em Fisioterapia, mas abandonou em seis meses de estudos. "Eu me agredia demais tentando me formar em Fisioterapia, não tinha nada a ver comigo", contou, ao admitir que entrou na faculdade para agradar a mãe.
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