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SURPREENDENTE

Após minimizar ditadura, Regina Duarte rasga elogios para Ainda Estou Aqui

JOÃO COTTA/TV GLOBO

Regina Duarte em cenário preto, usando blusa laranja, com as mãos ao queixo e sorriso tímido

Regina Duarte no Ofício em Cena; atriz elogiou filme sobre a Ditadura Militar (1964-1985)

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 30/1/2025 - 10h02

Ex-secretária de Cultura do governo de Jair Bolsonaro (PL), Regina Duarte usou as redes sociais para elogiar Ainda Estou Aqui (2024), filme sobre a Ditadura Militar (1964-1985) que concorre em três categorias no Oscar. A atriz, que já causou polêmica ao minimizar os efeitos do período sombrio na política brasileira, surpreendeu ao chamar Eunice Paiva (1929-208) de heroína.

Em resposta a um internauta que questionou se a atriz havia assistido ao longa-metragem de Walter Salles, Regina aproveitou para expor sua opinião sobre a obra cinematográfica e a trajetória de força da mãe de Marcelo Rubens Paiva.

"Sim, assisti. Acho a direção primorosa, elenco ótimo e a atuação da Fernanda Torres contida, na medida certa, respeitando certamente a Eunice", afirmou a intérprete de Helena em História de Amor (1995), novela que volta ao ar na Edição Especial da Globo em fevereiro.

O comentário foi encerrado com palavras de valorização e admiração à viúva de Rubens Paiva (1929-1971). "Heroína brasileira grandiosa vivendo tempos de comprometimentos difíceis", descreveu a veterana.

Posicionamento contraditório

A declaração sobre Ainda Estou Aqui pegou muitos internautas de surpresa, principalmente por conta dos posicionamentos políticos da atriz. Quando estava no posto de secretária da Cultura em 2020, Regina Duarte deu uma entrevista controversa à CNN Brasil e foi processada por ter supostamente feito apologia a crimes de tortura praticados no período militar.

"Eu acho essa coisa de esquerda e direita tão abaixo do patamar da cultura", afirmou ela. "Agora por que eu estou apoiando o governo Bolsonaro? Porque eu acredito que ele era e continua sendo a melhor opção para o país. E aí você diz assim 'Ah mas ele fez isso, ele fez aquilo', eu não quero ficar olhando para trás, se eu ficar olhando para o retrovisor, eu vou dar trombada", disparou.

"Posso cair num precipício ali na frente. Tem que olhar para frente, tem que ser construtivo, tem que amar o país", acrescentou. "O que eu tenho hoje? Eu tenho isso? É com isso que eu vou lidar. Ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 60, 70, 80, gente, 'vambora', 'vambora' para frente [em referência ao jingle da Copa do Mundo de 1970, que representava a ditadura de 1964]", acrescentou.

A atriz foi questionada sobre a dificuldade do período da ditadura e confrontada sobre as mortes que aconteceram na época. Ela, entretanto, debochou da fala. "Desculpa, eu vou falar uma coisa assim: na humanidade, não para de morrer. Se você falar 'vida', do lado tem 'morte'. Por que as pessoas ficam 'oh, oh, oh!'? Por quê?!", soltou.

Ela foi confrontada uma última vez sobre a censura à cultura promovida pelos militares, bem como a tortura. Antes de abandonar a entrevista, ela defendeu o período.

"Mas sempre houve tortura. Meu Deus do céu... Stalin [1878-1953], quantas mortes? Hitler [1889-1945], quantas mortes? Se a gente for ficar arrastando essas mortes, trazendo esse cemitério... Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas e não desejo isso pra ninguém. Eu sou leve, sabe, eu estou viva, estamos vivos, vamos ficar vivos. Por que olhar pra trás? Não vive quem fica arrastando cordéis de caixões", finalizou.


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