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COMEDIANTE

'Fazer rir não é licença para ofender': Gigante Leo defende limites no humor

REPRODUÇÃO/GNT

Gigante Leo no Que História É Essa, Porchat?, sentado com uma camisa jeans, e rindo

Gigante Leo no Que História É Essa, Porchat?; humorista fala sobre limites e novo livro infantil

GIULIANNA MUNERATTO

giulianna@noticiasdatv.com

Publicado em 13/6/2025 - 16h00

Humorista conhecido por desafiar estereótipos no palco e na vida, Gigante Leo sente que a comédia sempre tem uma mensagem a passar --e é importante que ela seja positiva. Lançando seu primeiro livro infantil, A Arte de Ser Diferente, ele quer ajudar a propagar a autoaceitação para pessoas com deficiência, e fala sobre o uso indevido do humor para camuflar discursos de ódio. "A arte tem que ser usada para libertar", declara.

Em entrevista ao Notícias da TV, Leo deixa claro que a comédia não é uma desculpa para simplesmente disseminar atitudes desprezíveis. Para ele, há uma linha clara entre a piada que provoca reflexão e a que reforça preconceitos.

"É muito diferente você questionar o agressor, e não o agredido. É diferente você reforçar preconceitos estabelecidos na sociedade, repetindo frases racistas ou capacitistas. Não há uma crítica. Fazer rir não é licença para ofender", avalia.

O humorista ressaltou que o humor pode --e deve-- ser usado para incomodar, mas com alvos bem definidos. "Eu faço piada com a minha vivência. Eu vivo isso todos os dias. A diferença é que eu uso para mostrar, não para esconder", pontua. Segundo ele, quando alguém sem lugar de fala tenta usar o humor como escudo para agressões, o riso deixa de ser libertador e se torna instrumento de opressão.

O lançamento do livro do ator e comediante vem como um reforço de um posicionamento que ele sempre quis levar em sua carreira. Leo tenta ampliar os espaços onde pode provocar mudanças reais.

"As crianças ainda estão em formação. É ali que a gente pode ajudar a construir um mundo mais gentil, mais atento às diferenças", explica, ao pontuar o motivo pelo qual aceitou o convite para escrever a obra, que será lançada na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

A história começa quando o rei NapoLeão organiza um evento chamado Olímpiadas de Arte, mas exclui competidores que enxerga como "diferentes". Os personagens Le Cão, que representa o nanismo, Da Pink, que é cadeirante, e Larissa, que é neurodivergente, decidem desafiar as regras injustas do monarca e provar que talento não tem padrão.

Publicado pela NVersos com aval do Instituto Nacional de Nanismo, o livro apresenta um protagonista baseado no próprio Leo. "Não tem como ensinar uma criança a respeitar o diferente se ela nunca viu o diferente. Representatividade importa, e isso começa na infância", defende ele, que também é pai de uma menina.

A experiência com a paternidade motivou Leo a criar uma obra que dialoga com crianças, pais e educadores ao mesmo tempo. Agora, ele espera abrir portas que foram tão difíceis para ele mesmo: tanto para crianças que precisam se ver representadas quanto para adultos dispostos a rever os próprios preconceitos. "O humor pode ser ponte ou muro. Eu escolho construir pontes", concluiu.


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