SHORT ESTILO FUNKEIRA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Anitta reagiu a motorista suspeito de assediar jovem; ele disse que ela usava short com o estilo da funkeira
REDAÇÃO
Publicado em 18/2/2020 - 19h40
A cantora Anitta criticou um motorista de aplicativo acusado de assediar uma jovem de 17 anos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O caso chegou à funkeira porque André Lopes Machado, de 43 anos, apontado como o responsável pelo ato, prestou depoimento nesta terça-feira (18) e disse à imprensa que a menor vestia um "short do tipo Anitta". Ela usou suas redes sociais para criticar a fala. "Injustificável", disse.
Após prestar depoimento na Delegacia da Mulher de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, Machado falou com a equipe de reportagem da RBS, afiliada da Globo, sobre o vídeo de denúncia que circula na internet.
"Tenho certeza que vocês tiveram acesso ao vídeo que ela [a adolescente] postou me denegrindo [sic]. Ela está sorrindo bem espalhada no banco, em posições que eu até não gostaria de citar aqui pois não posso provar. Afinal de contas, ela não se filmou nesse sentido. Mas ela estava com um shorts do tipo Anitta, com a miniblusa, com as pernas abertas no banco e chamando atenção", disse ele à imprensa.
Diante da citação, a própria funkeira se manifestou no Twitter. "Acabei de receber este vídeo em que o motorista de Uber, que assediou uma passageira menor de idade, tenta justificar o injustificável (seu assédio) dizendo que a menina estava usando um shorts 'tipo Anitta' e sentada numa posição favorável ao assédio."
"Nada justifica um assédio. A forma de se vestir, sentar, falar etc. Não significa qualquer autorização ou pedido ou convite a ser assediada e/ou invadida, abusada, estuprada", alertou.
A cantora aprovou a atitude da adolescente de ter denunciado o caso: "Quanto a menina estar um shorts tipo Anitta, para mim significa que ela é independente, não tem medo de ser quem ela quer e, acima de tudo, bem inteligente para denunciar e expor um assediador para que outras meninas não passem pelo mesmo que ela".
O motorista será investigado por perturbação da tranquilidade. De acordo com a assessoria do Uber, ele foi banido do aplicativo assim que a denúncia foi feita.
Uma adolescente de 17 anos, de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, divulgou na tarde de domingo (16), gravações do momento em que relata ter sofrido assédio do motorista. A conversa teria começado com elogios da parte do homem.
Na gravação feita dentro do carro, é possível ouvir o momento em que ela o avisou que é menor de idade. Ele disse que "não seria problema". "Eu namoraria contigo se tu não tivesse namorado", continuou ele na gravação.
Diante da conversa, a adolescente avisou que ele tinha idade para ser o pai dela. "Eu faria coisas que seu pai não faria, pode ter certeza", comentou o motorista. Após o fim da corrida, a menina denunciou o perfil do motorista e fez um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher de Viamão.
Em nota, a Uber repudiou qualquer ato de violência contra mulheres e frisou que os parceiros do app passam por "uma checagem de antecedentes criminais". Leia:
"A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.
Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos."
Veja as publicações de Anitta no Twitter:
Acabei de receber este vídeo onde o motorista de uber que assediou uma passageira menor de idade tenta justificar o injustificável (seu assédio) dizendo que a menina estava usando um short "tipo Anitta" e sentada numa posição favorável ao assédio pic.twitter.com/2NvMmmQjUR
— Anitta (@Anitta) February 18, 2020
Quanto à menina estar usando um short "tipo Anitta", pra mim significa que ela é independente, não tem medo de ser quem ela quer e, acima de tudo, bem inteligente pra denunciar e expor um assediador para que outras meninas não passem pelo mesmo que ela.
— Anitta (@Anitta) February 18, 2020
NADA justifica um assédio. A forma de se vestir, sentar, falar etc não significa qualquer autorização ou pedido ou convite a ser assediada e/ou invadida, abusada, estuprada etc.
— Anitta (@Anitta) February 18, 2020
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