Corroído pela inflação, prêmio do BBB precisa chegar a R$ 3,2 milhões

Anunciado como o "maior prêmio da história do Big Brother Brasil", o valor que será pago ao campeão do BBB 23 precisará bater R$ 3,2 milhões para ser o mais vantajoso de todos, considerando a inflação dos últimos 13 anos. A Globo passou a oferecer R$ 1,5 milhão ao vencedor do reality show em 2010 e, desde então, a quantia estava congelada e desvalorizada.

Neste ano, não há um valor exato. O prêmio do programa partiu de R$ 1,5 milhão e cresce semanalmente em uma dinâmica bancada por um dos patrocinadores da atração. Nas noites de eliminação, que acontecem às terças, a grana aumenta se os confinados acertarem quem sairá naquela noite.

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Após os três primeiros paredões, já houve um acréscimo de R$ 250 mil. Se mantiver essa média, há chance de o BBB oferecer mais de R$ 3 milhões ao seu campeão.

De acordo com a calculadora do Banco Central, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é medido mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para apontar a variação dos preços para o consumidor final, subiu 115,68% entre janeiro de 2010 e janeiro de 2023.

Para que o prêmio oferecido ao campeão do BBB 10, Marcelo Dourado, tenha o mesmo poder de compra do valor que será recebido por quem ganhar a atual temporada, é necessário que a quantia chegue a R$ 3,23 milhões.

"Nos últimos anos, o prêmio acabou se tornando um pouco coadjuvante na dinâmica do programa, e um dos objetivos era fazer com que o prêmio do vencedor retomasse o protagonismo durante as ações", explicou Rodolfo Luz em entrevista ao site Meio & Mensagem --o executivo é head de marketing da Stone, empresa que bancou o prêmio atual.

Até o ano passado, o Big Brother Brasil havia reajustado seu prêmio apenas duas vezes: em 2005, no BBB 5, Jean Wyllys se tornou o primeiro confinado a ganhar R$ 1 milhão --nas quatro primeiras edições, o prêmio era de R$ 500 mil. Cinco anos depois da vitória do ex-deputado, um novo aumento elevou o pagamento para R$ 1,5 milhão.

Apesar de ter ficado 13 anos sem reajuste financeiro no valor do prêmio final, o reality da Globo passou a dar a chance de os participantes saírem da casa com uma nova profissão: a de influenciador digital. Até por isso, nas edições mais recentes, alguns participantes preferiram evitar o chamado cancelamento para ter condições de ganhar a vida com publis na internet.

Exposições de milhões

Primeira eliminada do BBB 21, Kerline Cardoso virou um exemplo de sucesso. Mesmo com um tempo menor de exposição em relação aos outros participantes, ela conseguiu se manter relevante nas redes sociais e faturou mais de R$ 1 milhão em menos de um ano --atualmente, ela tem 1,7 milhão de fãs no Instagram.

"Tudo é fruto de muito trabalho, e eu não estou sozinha nessa. Tem toda uma turma envolvida, minha família. As coisas não caem do céu, a gente também tem que buscar. Eu contei com uma equipe comigo, de administração, contas, produção de conteúdo. Parada eu não podia ficar. A rede de networking [de contatos] foi um fator muito decisivo que fez eu ainda estar na mídia, presente pela galera", contou ela em entrevista ao Notícias da TV no ano passado.