ANTES DO REALITY
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João Luiz Pedrosa dentro do BBB21; pai e namorado revelaram preconceito antes do programa
O cabelo black power de João Luiz Pedrosa --alvo de comentário racista de Rodolffo Matthaus dentro do BBB21-- já causou traumas também fora da casa. Antes de participar do reality, o professor de 24 anos, que é filho de um metalúrgico militante de movimentos negros, preferia raspar a cabeça para evitar o mesmo tipo de preconceito que rolou no programa.
Em entrevista ao jornal Extra, o educador Igor Moreira, namorado de João, revelou que os cabelos compridos do brother é um penteado adotado recentemente.
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João Luiz com cabelo curto em 2019
"Tem que estar na pele dele para entender. Dói muito nele qualquer comparação ao cabelo dele. Quando eu o conheci [em 2016], ele raspava, nunca deixava crescer. João só foi deixar crescer na quarentena, porque não podia sair para cortar. Então, ele cuidava do cabelo e o hidratava todos os dias com produtos que comprava no supermercado", contou o namorado.
Em família, João Luiz sempre teve presente exemplos de que a educação e a consciência são transformadores. Sua mãe, Lucilene, é professora primária aposentada, e seu pai, Luiz Papa, é metalúrgico e sempre se envolveu em movimentos negros em Minas Gerais.
"A gente já sabia que ele ia passar por isso, então, desde cedo, conversamos com ele. João teve problemas na infância por ser negro. Já chegou em casa chorando da escola. Uma vez, quando ele tinha uns nove anos, entrou numa loja com uns amigos, e o proprietário encostou ele, o único negro do grupo, na parede e o revistou. Aquilo chocou muito meu filho", contou Papa ao jornal.
"Quando é com alguém muito próximo da gente, a dor é ainda maior. Ensinei ao João que gente não pode se calar diante disso", complementou.
Além da questão racial, João Luiz também precisou se preparar para enfrentar preconceito por causa da sua sexualidade. Foi aos 14 anos que ele contou aos pais que é gay e também recebeu apoio.
"Ele falou primeiro com a mãe. E a gente o preparou com relação às dificuldades que ele ia enfrentar em uma sociedade que, às vezes, é perversa. Nós falamos que ele tinha que priorizar a educação, se formar, ter uma independência, se posicionar e ter firmeza em suas decisões", lembrou o pai do professor.
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