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SETEMBRO AMARELO

Psicóloga avalia atitudes de fãs de Justin Bieber após Rock in Rio: 'Adoecedor'

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY

Justin Bieber em show no Rock In Rio

Justin Bieber se apresentou no Rock In Rio em setembro e cancelou apresentações seguintes

IGRAÍNNE MARQUES

Publicado em 25/9/2022 - 8h25

A psicóloga Átaly de Araujo avaliou, sob a ótica do Setembro Amarelo, as atitudes dos fãs de Justin Bieber após o show dele no Rock in Rio. Isso porque o artista cancelou as demais apresentações do Brasil pouco antes de subir ao Palco Mundo do festival, alegando problemas psicológicos. Muitos internautas não engoliram o argumento, criticando o canadense. "Adoecedor", avalia a especialista. 

"Em 2019, alguns questionamentos começaram a ser levantados a respeito da saúde do Justin Bieber. E isso levou a família e os amigos dele a se pronunciarem sobre isso, revelando que ele estaria passando por um tratamento de um quadro de depressão", lembra Átaly, que acredita que as mídias sociais podem contribuir para casos semelhantes, embora não sejam um fator único em transtornos mentais.

"A saúde física e a psíquica dele começaram a chamar bastante atenção, [esse] começou a ser um assunto bem recorrente nas redes sociais, enquanto notícia, até porque esse foi o motivo do cancelamento de alguns dos compromissos profissionais dele", continua a psicóloga.

Na sequência, ela lembrou que as críticas direcionadas a Bieber também podem acontecer em quadros de pessoas anônimas em situações parecidas. E que a resposta ideal é sempre se informar antes de fazer julgamentos. 

É importante chamar a atenção pela forma como os internautas lidaram com a situação: desferindo críticas a ele diante da performance que ele fez no Rock In Rio, dizendo que foi mediana. E isso tudo sem levar em consideração o estado de saúde dele.

Sofrimento de artistas

A psicóloga fala ainda do dano causado às pessoas famosas, muitas vezes consideradas "inatingíveis" pelos seguidores e fãs. A exposição nas redes sociais pode provocar uma certa desumanização do ídolo, que sente como qualquer mortal os ataques e críticas.

A ascensão das mídias sociais coloca pessoas públicas na categoria de objetos de entretenimento e acaba desconsiderando a vida e os problemas pessoais que essa pessoa tem também. E isso é muito adoecedor. Porque ser artista é um trabalho como qualquer outro.

Justamente por ser um trabalho, destaca Átaly, a pessoa por trás daquela arte não deve se diminuir para agradar. O ideal é sempre cuidar de si mesmo antes de se preocupar com o outro.

"O Justin Bieber é famoso, mas isso não dá o direito de ninguém cobrar que ele ultrapasse os próprios limites", reforça.

O que é Setembro Amarelo?

O tema da saúde mental de Justin Bieber se tornou ainda mais evidente pelo fato de o show no Rock in Rio e o cancelamento das demais apresentações terem acontecido durante o mês de setembro, período do ano em que se lança luz sobre a prevenção ao suicídio. Átaly lembra que a iniciativa começou em 2014 no Brasil e que, de lá para cá, tem conseguido progressos importantes. 

"A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que nove em cada dez suicídios consumados poderiam ter sido evitados com atenção e ajuda prévia. E isso é um número mto grande. Não é à toa que o slogan da campanha do setembro amarelo é ‘falar é a melhor solução’. Porque isso quer dizer que falar sobre o assunto é uma forma de ajudar pessoas", explica.

Jovens mais afetados

De acordo com Átaly, uma pesquisa feita pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto em 2020 mostrou que pelo menos 30% da população brasileira sofria com transtornos mentais.

A maior parte desse grupo é de pessoas jovens, do sexo feminino e com baixa escolaridade. "Não é coincidência que essa população tenha sido a mais afetada, considerando que ela já predominava o ranking de sofrimento psíquico muito antes da pandemia", lembra a psicóloga.


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