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ATRAÇÃO POR PESSOAS

O que é sexualidade fluida? Sexóloga explica escolha de Alanis Guillen

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Foto de Alanis Guillen

Alanis Guillen em foto publicada no Instagram; atriz interpreta Juma na novela Pantanal

GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 27/8/2022 - 6h25

Recentemente, a atriz Alanis Guillen declarou ter a sexualidade fluida. O termo, no entanto, ainda pode causar certa confusão em uma sociedade altamente heteronormativa. De acordo com a sexóloga Daniele Moreira, a orientação da intérprete de Juma em Pantanal está relacionada com a liberdade de escolha nas relações amorosas.

"O termo sexualidade fluida refere-se às pessoas que transitam e fluem entre as orientações sexuais e não necessariamente se identificam somente em uma única orientação. Normalmente, relatam que sentem atração sexual por pessoas, independentemente do gênero ou da orientação sexual", explica a especialista em entrevista ao Notícias da TV.

As pessoas podem, em diferentes momentos da vida, atrair-se sexualmente por mulheres, homens, transgêneros ou travestis. Algumas orientações sexuais são consideradas fluidas, como, por exemplo, os bissexuais e os pansexuais.

"O que diferencia uma sexualidade fluida de uma não fluida é que na sexualidade não fluida a pessoa vai se atrair sexualmente somente por um único gênero, como os heterossexuais, gays ou lésbicas. Ao passo em que, na fluida, a pessoa se atrai por diferentes gêneros em diferentes momentos".

Para a especialista, é necessário que o assunto seja abordado com mais frequência para que as pessoas consigam encará-lo com naturalidade e respeito.

"A confusão sobre o termo ainda existe pela falta de conhecimento e pela dificuldade de aceitação de um padrão fora do heteronormativo. Creio que fornecer informações e fomentar discussões sobre o tema seja a melhor forma de aumentar o entendimento", completa.

A psiquiatra Jessica Martani concorda com a sexóloga e ainda destaca a importância de artistas como Alanis falarem abertamente sobre o assunto:

As figuras públicas vêm com um papel de trazer à tona questões ainda em debate e, com isso, trazem discussões importantes. Com sua histórias, ajudam muitas pessoas que se identificam com a situação a perceberem que não são únicos, que não estão sós naquele caminho.

"É normal que as pessoas se choquem ao observar mudanças de padrões. Isso é comum do ser humano, que tem dificuldade de lidar com o que é novo.
Desde pequenos somos doutrinados com muitos dogmas e crenças que se enraízam de maneira que nem conseguimos perceber", avalia a especialista.

Acostumada a lidar com questões de autoaceitação de seus pacientes, a psiquiatra diz que é natural que a sexualidade desperte certo desconforto ou dúvidas em algumas pessoas.

Observo que, em alguns casos, há uma dificuldade na aceitação de seus próprios desejos e autoimagem o que ocasiona em sensação de desvalia, que pode evoluir para transtornos psíquicos diversos.

"Uma rede de apoio é essencial nessa trajetória, ser ouvido e conseguir falar sobre o que se sente é um ótimo passo para conseguir se entender e principalmente se acolher. Costumo dizer que autoconhecimento é empoderamento, e a psicoterapia é uma ótima ferramenta para se autoconhecer e resolver conflitos internos", completa Jessica.

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