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Da idolatria ao ódio: Perfil online de Fátima, de Vale Tudo, pode se tornar armadilha

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Foto de Bella Campos como Maria de Fátima

Bella Campos como Maria de Fátima, de Vale Tudo, em registro compartilhado no Instagram

GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 11/4/2025 - 21h00

Maria de Fátima, do remake de Vale Tudo, se tornou um sucesso no Instagram em poucos dias. O perfil da vilã recebe não apenas comentários de internautas comuns, mas também de grandes marcas e famosos que querem interagir com a personagem de Bella Campos. A popularidade, no entanto, pode se converter em algo negativo caso não seja bem gerenciada. O efeito contrário é uma possibilidade justamente por se tratar de uma vilã --o que a difere da blogueira Vivi Guedes (Paolla Oliveira), por exemplo. 

Quem faz o alerta é a especialista Gigi Grandin, que trabalha com marketing de influência e é fundadora da agência Impulso Digital. Ela destaca que a criação de uma conta ficcional para a megera traz lucro e ajuda a Globo a impulsionar a audiência do folhetim; mas, por outro lado, tende a resultar também na aparição de haters que não conseguem diferenciar o mundo real da ficção.

"Do ponto de vista de marketing, é um cenário riquíssimo. A personagem vende, viraliza, ela é mais um produto da emissora. Porém, do ponto de vista humano, isso é muito mais delicado. Já era delicado na época em que isso só era veiculado na televisão", comenta Gigi em conversa com o Notícias da TV

Ela relembra o caso do ator Dan Stulbach que chegou a apanhar por conta do personagem que viveu em Mulheres Apaixonadas (2003). "Ele viveu um vilão horrível e foi hostilizado, foi até agredido nas ruas. Com a internet, essa exposição é ainda maior e pode virar uma armadilha muito grande."

A saúde mental de profissionais que estão constantemente expostos é algo que precisa ser tratado com muita seriedade. Mesmo sendo um personagem, tendo um ator e uma equipe por trás, as pessoas, muitas vezes, [as pessoas] não conseguem separar isso. O ódio e a idolatria podem ultrapassar as telas.

"Para a indústria, [o engajamento] é ouro! Isso aumenta muito o alcance da obra e também mantém esse engajamento 24 horas. Porém, é importante ter em mente que isso também muda o papel do ator e da produção, que precisam estar preparados para estender a narrativa para o digital e também para os desdobramentos que essa extensão pode trazer."

Os benefícios são maiores 

Apesar do alerta, a especialista destaca que a convergência entre as redes sociais e a TV é muito mais benéfica do que prejudicial para os profissionais da mídia. "É um caminho que não tem volta, mas é uma grande oportunidade para a teledramaturgia se manter viva e conectada com o público jovem".

"Um caso que eu achei bastante curioso foi Beleza Fatal, que foi um sucesso no streaming, mas na TV aberta [na Band] não consegue ter tantos pontos de audiência. Para a gente ver como a força da internet é potente. Um personagem que viraliza nas redes pode trazer para a novela essas pessoas que não têm mais o hábito de assistir a teledramaturgia, isso é genial", acrescenta Gigi Grandin.


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