TIAGO SCHEUER
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Tiago Scheuer no Bom Dia São Paulo desta quinta (6); jornalista criticou filme Emilia Pérez
Tiago Scheuer aproveitou o quadro cultural do Bom Dia São Paulo desta quinta (6) para dar sua opinião sobre o controverso Emilia Pérez, rival de Ainda Estou Aqui no Oscar 2025. "É muito estereotipado. É o estereótipo do estereótipo do México", reclamou o jornalista.
Como acontece toda quinta, Guilherme Pimentel mostrou as dicas culturais no jornal matinal da Globo e falou sobre a estreia de Emilia Pérez nos cinemas brasileiros.
"Um dos filmes que mais tem chamado a atenção nas últimas semanas. Ele ganhou fama por ser um dos maiores vencedores nos festivais e premiações pelo mundo. Aqui no Brasil, especialmente, por ser um dos rivais de Ainda Estou Aqui na corrida do Oscar", afirmou o repórter.
Emilia Pérez tem 13 indicações ao prêmio, incluindo melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz --as três categorias em que Ainda Estou Aqui também concorre.
O repórter cultural explicou a sinopse do drama musical, enquanto o trailer foi exibido no jornal. Scheuer, então, deu sua opinião sobre o longa. "Eu vi esse filme já. Sou muito mais Ainda Estou Aqui e Eunice Paiva (Fernanda Torres). Desculpa", soltou o comunicador.
Pimentel comentou as polêmicas da produção. "Apesar de ser um filme que se passa no México com personagens mexicanos, o longa foi quase todo filmado na França e com nenhum ator mexicano de origem de verdade. Direção francesa, inclusive. O diretor Jacques Audiard admitiu que não procurou... É incrível como ele fala bobagem nas entrevistas. Ele admitiu que não procurou estudar muito sobre o México para fazer o filme", informou.
"Nossa, não precisa?", soltou Sabina Simonato. "Ele [disse que] viu imagens do México, que aquilo não se encaixou na noção que ele tinha de como deveria parecer o filme", completou Pimentel.
"É muito estereotipado. Só pegou estereótipos. Você vendo o filme vai entender o que estou falando. É o estereótipo do estereótipo do México. Infelizmente", lamentou Scheuer.
"É um roteiro original, é uma história interessante de ficção. Mas ele poderia ter se aprofundado um pouquinho mais na história do México, que é de onde parte essa história. Infelizmente, ficou superficial. Os mexicanos estão massacrando esse filme", comentou o jornalista.
"Eu se fosse mexicana também estaria", concordou a substituta de Rodrigo Bocardi. "É a mesma coisa se um diretor francês fazer um filme no Brasil só com estereótipos, sem conhecer a nossa cultura. Nós também ficaríamos muito ofendidos", disse Scheuer.
"Aliás, isso já aconteceu. Em 1960. Tem um filme que se chama Orfeu Negro, que é baseado na obra do Vinícius de Morais [1913-1980]. Ele usa músicas do Vinícius de Morais, são atores brasileiros, ele se passa no Rio, mas ele ganhou um Oscar e não é considerado um Oscar brasileiro porque é uma produção francesa", ressaltou o repórter cultural.
Guilherme ainda comentou que o diretor de Emilia Pérez disse que espanhol é "língua de pobre". "Isso porque a atriz dele é espanhola. Ele falou que o espanhol é língua de países em desenvolvimento, de imigrantes e pobres. Soltou essa sem constrangimento."
O jornalista ainda falou sobre o resgate das postagens de Karla Sofía Gascón nas redes sociais. "Nem tão antigos assim", soltou Tiago.
"Ela fala um monte de bobeiras sobre a questão da representatividade no Oscar, sobre questões geopolíticas e religiosas. Isso pegou muito mal, a ponto de o estúdio que fez o filme retirar a Karla Sofía Gascón da promoção oficial da Emilia Pérez. E o próprio diretor falou 'não conversei mais com a Karla Sofía Gascón e nem quero conversar'", narrou Pimentel.
"Que filme encrencado, né?", reagiu Sabina. O repórter aconselhou o público a assistir ao filme ignorando essas polêmicas para poder ter uma opinião própria, mas a âncora disse que vai ver já com o pé atrás.
"Mas treze indicações? Achei um exagero. Se equiparando a Titanic, que marcou época, Senhor dos Anéis... Enfim", reclamou Scheuer. "Uma lista muito pequena de filmes que receberam tantas indicações", concordou o repórter.
"Eu tô achando que não vai bombar no Oscar, não. Essas polêmicas envolvem também os votantes", palpitou o jornalista. "Os brasileiros, como são muito assíduos nas redes sociais, fizeram um grande barulho. Na verdade, a comunidade da América Latina, fãs de cinema que usam as redes sociais, estão muito envolvidos a promover o Ainda Estou Aqui também por conta dessas polêmicas", disse Pimentel.
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