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O DIABO NO TRIBUNAL

Edir Macedo sofre derrota na Justiça ao tentar censurar documentário da Netflix

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Edir Macedo: líder da Igreja Universal do Reino de Deus está processando plataforma de streaming

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IVES FERRO e LI LACERDA

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 22/1/2025 - 6h10

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) negou uma liminar em que Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, pedia a exclusão do documentário O Diabo do Tribunal (2023) do catálogo da Netflix. O religioso, que também é o proprietário do Grupo Record, alega que teve sua imagem associada negativamente a um caso real da Justiça norte-americana --em que o réu alegou ter cometido assassinato por estar "possuído por um demônio". 

Além de Macedo, a ação foi movida por Renato Costa Cardoso, que é tido como o "número dois" da Universal. Ele é casado com a filha do empresário, Cristiane Cardoso, que atualmente é a diretora de dramaturgia da Record.

Eles pediram uma tutela de urgência para que o documentário fosse retirado de circulação. Em sua defesa, disseram que tiveram a imagem prejudicada pela repercussão da obra. Os advogados reforçaram que os trechos em que os bispos aparecem teriam sido utilizados em seu consentimento.

Na decisão obtida pelo Notícias da TV, a juíza Paula da Rocha e Silva indeferiu o pedido de tutela sob o argumento de que a exclusão do documentário configuraria censura. O documento aponta que não houve "perigo de dano grave de difícil reparação", uma vez que os rostos de Macedo e Cardoso não aparecem, o que tornaria "a identificação quase imperceptível".

Os trechos em questão são curtos, aparecendo nos minutos 23:40, 32:24 e 33:12 do documentário. O foco da produção não é a atuação da Igreja Universal mas, sim, a história verídica que inspirou o filme Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (2021).

As possessões e as "sessões de descarrego" feitas ao redor do mundo são apenas mencionadas. Em dado momento do documentário, a Netflix veicula a título exemplificativo imagens de sessões feitas por Macedo e Cardoso em sua igreja.

"Em rápida pesquisa na internet, é possível verificar vídeos disponibilizados na plataforma do YouTube, em conta do próprio autor Edir Macedo Bezerra, no qual ele estaria realizando a libertação de uma 'possessão demoníaca' em um de seus fiéis, de modo que, até os dias de hoje, sua igreja realiza as chamadas sessões de descarrego", pontuou a juíza.

"Ademais, considerando o curto tempo de aparição, o contexto em que aparecem, e a difícil identificação dos autores pela ausência de imagens dos rostos, entendo prescindível, a princípio, a necessidade de autorização para veiculação das imagens", concluiu ela.

Assim, o documentário O Diabo no Tribunal continuará disponível no catálogo da Netflix até que a ação, que ainda em curso, seja encerrada.

A reportagem procurou Edir Macedo e Renato Cardoso através dos canais oficiais da Igreja Universal do Reino de Deus, mas não recebeu resposta até a conclusão deste texto.

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