CASO EXTRACONJUGAL
Reprodução/Record
Edir Macedo ao lado da mulher, Ester Bezerra; bispo é acusado de ter filho de relação extraconjugal
O pastor Rafael Venâncio, de 45 anos, entrou com uma ação na Justiça de Minas Gerais pedindo investigação de paternidade contra o bispo Edir Macedo, de 79 anos, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Record. Venâncio diz que sua mãe, já falecida, teve "um relacionamento sexual" extraconjugal com o então "pastor Macedo", quando trabalhou como empregada na casa da família do religioso, no Rio de Janeiro, no fim dos anos 1970. A Igreja Universal chamou a denúncia de "ridícula" e "absurda".
Venâncio nasceu em 31 de dezembro de 1978, em Belo Horizonte. Macedo, na época, tinha 33 anos, já era casado com Ester Bezerra e pai de duas meninas, Cristiane e Viviane. De acordo com a versão de Venâncio, sua mãe biológica, Maura Darc Ferreira, então com 17 anos, teria ido trabalhar na casa do religioso justamente para cuidar das filhas. Com o tempo, porém, "a baixinha negra" passou a "ficar incomodada" com as exigências da família.
"Precisando do emprego, mas sem saber como proceder, a senhora Maura resolveu pedir uma orientação justamente ao requerido [Edir Macedo], quando passaram a ficar mais íntimos em razão dos conselhos recebidos, até o momento em que tiveram um relacionamento sexual, e ela acabou engravidando do ora requerente [Rafael Venâncio]", relata a inicial da ação, que tramita desde o final do mês passado em segredo de Justiça.
No documento, ao qual o Notícias da TV teve acesso, Venâncio relata que sua mãe pediu demissão do emprego e que Edir Macedo teria sido contra a gravidez e até se propusera a pagar o aborto. Teria dito que o bebê que Maura esperava era "fruto do demônio, que tinha que ser exterminado", e que ela havia "sido enviada do Inferno e iria destruir todo seu ministério".
Sentindo-se ameaçada, a mãe de Venâncio voltou para Belo Horizonte. Sem condições de criar a criança, a doou para um casal. Em 2007, aos 28 anos de idade, Rafael Venâncio decidiu ir atrás de seus pais biológicos. Graças à ajuda que recebeu de um usuário do Orkut, rede social já extinta, acabou chegando à sua mãe.
Mas o destino de novo confabulava contra Venâncio. Ele mal conheceu a mãe biológica, apenas a viu em um leito hospitalar, em coma, poucos dias antes de ela morrer. Uma amiga e vizinha de Maura foi quem lhe contou toda a história do suposto relacionamento de sua mãe com Edir Macedo.
Os traços de homem branco que carrega finalmente fizeram sentido. "Sou negro, mas tenho características de branco, o nariz, a boca", conta. Familiares maternos também deram pistas que corroboraram a história da vizinha: uma tia contou que Maura frequentava a Igreja Universal; um tio falou que seu pai era "branco de olhos verdes, com um defeito no braço (na verdade, na mão) e diabético".
REPRODUçÃO/YOUTUBE
Pastor Rafael Venâncio em vídeo no YouTube em que acusa Edir Macedo
Venâncio, coincidentemente, passou a frequentar a Igreja Universal aos 10 anos e foi ordenado pastor em 1997, com 18 anos. Dez anos depois, quando lhe foi dito que seria filho de Edir Macedo, já não exercia mais o cargo, pois havia questionado procedimentos da igreja.
Durante anos, ele tentou conversar com o suposto pai, pediu ajuda a vários intermediários, mas nunca conseguiu um contato. Deixou a Universal definitivamente em 2011. No ano seguinte, passou a fazer denúncias contra a igreja e Macedo. Atualmente, frequenta a Igreja Videira, mas não está atuando como pastor porque se separou da ex-mulher e está noivo de outra.
Em um vídeo publicado no YouTube (veja abaixo), Venâncio se refere ao dono da Record como "vagabundo". Ao Notícias da TV, disse que entrou com a ação de reconhecimento de paternidade por "justiça à mãe" e "para que as pessoas saibam a verdade sobre Edir Macedo. "Não é por dinheiro nem por afetividade que busco reconhecimento da paternidade", afirma.
Após a publicação inicial deste texto, a assessoria de imprensa da Igreja Universal procurou a reportagem para se pronunciar sobre o caso. Confira a nota na íntegra:
"Essa acusação é tão ridícula quanto a ideia de dar espaço a ela em sua coluna. Justamente pelo tamanho do absurdo, não vamos nos pronunciar sobre o assunto", limitou-se a dizer.
(Colaborou LI LACERDA)
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