Globo desperdiça maior vilã de novela das sete com inexperiência de Rafa Kalimann

A personagem Jéssica terá cenas muito importantes nos próximos capítulos de Família É Tudo: ela admitirá que foi a responsável por arquitetar o atentado contra Luca (Jayme Matarazzo), fingirá ser amiga de Electra (Juliana Paiva) apesar de querer literalmente matá-la e ainda armará outros planos terríveis. Jéssica atualmente é a vilã mais cruel em atividade na TV brasileira e poderia se tornar um hit com o público, que ama odiar este tipo de mulher. O problema que tem empacado o desenvolvimento da antagonista é o fato de ela ser interpretada por Rafa Kalimann.

A escalação da ex-BBB para uma novela da Globo foi motivo de bafafá antes do início da novela. Telespectadores e até alguns atores chegaram a comentar nas redes sociais que Rafa ainda não era profissional da área e estaria tirando a vaga de uma atriz que realmente dedicou anos de estudo e trabalho à função.

Tal posicionamento não é infundado. Há várias atrizes que já demonstraram ter talento e serem competentes em novelas e que poderiam estar desempenhando o papel da maior vilã da trama de Daniel Ortiz de forma mais convincente, até mais perversa.

Nomes como Larissa Manoela, Bella Campos, Gabriela Medvedovsky e Agatha Moreira são apenas algumas das que não estão no ar no momento e que teriam cacife para dar tons profundos à personagem e apresentar performances mais impactantes.

No entanto, o que o público vê é uma atuação ainda muito iniciante de Rafa Kalimann. Jéssica tem de demonstrar falsidade nas cenas em que tenta enganar Electra, se fazer de arrependida. O que transparece é uma tentativa da atriz de chegar no nível de dissimulação da personagem, mas o esforço não é suficiente para convencer. A impressão é de uma investida em passos maiores do que as próprias pernas em um rio que não dá pé.

A escalação de Rafa Kalimann para um papel tão relevante na trama se confirma como um erro lamentável para a Globo, para Família É Tudo --que perdem a chance de ter uma vilã icônica, que poderia entrar para a história da teledramaturgia-- e também para a própria Rafa.

Se ela tivesse estreado sua carreira nas novelas num papel menor, com cenas que exigissem menos de sua experiência como atriz, talvez pudesse ter ganhado maior apoio do público e mais experiência para, quem sabe, no futuro, alçar voos maiores.