'É a minha volta por cima após um período de muita dor', diz autora da novela das sete

Volta por Cima completou uma semana no ar com resultados positivos, além de boa repercussão junto ao público. A autora Claudia Souto conseguiu criar uma história totalmente diferente das anteriores que escreveu para a faixa das 19h, Pega Pega (2017) e Cara e Coragem (2022). Ela revela que o atual folhetim é um marco em sua vida. "Essa novela é a minha volta por cima após um período de muita dor, quando você não sabe se você vai dar a volta por cima", conta a novelista.

Ela viveu um luto grande depois de escrever Cara e Coragem porque havia perdido pessoas da sua família. "Quando acabou a novela, foi um período muito difícil, não só da pandemia em si, mundial, para todo mundo, mas meu pessoal, eu perdi minha mãe, perdi amigos. Não de Covid diretamente", diz Claudia, que continua seu desabafo: 

Eu estava realmente terra arrasada. Então, você tem que ter um período que você começa a voltar a viver. Precisa dar a volta por cima, sim, mas você não sabe se você vai dar. [A indicação para] O Emmy me ajudou muito. Ser indicada com Cara e Coragem foi como se o destino dissesse: 'Pode virar página, deu tudo certo, vai criar outra'. Porque eu acabei muito, muito dolorida.

Primeiramente, ela descansou, depois voltou a consumir cultura, como cinema, livros, peças de teatro. Aos poucos, estava vivendo como antes e começou a ter ideias para uma nova novela. Claudia queria fazer algo que tivesse a alma do brasileiro, que tivesse o DNA de novela das sete e trouxesse a modernidade de que o gênero precisa atualmente. 

"Porque a gente tem uma linguagem que não é mais um arco inteiro. Eles são arcos que se fecham e se abrem, é uma coisa que a gente foi vendo da necessidade do público de querer resolver logo as questões. Essa é uma novela bem diferente do que foi Pega Pega, em 2017, por exemplo, que já era dividida em atos. Mas acho que a novela vai evoluindo junto com o público."

Claudia Souto quer ouvir o público

A autora se mostra disponível para dialogar com quem está em casa, mas revela que não consegue olhar suas redes sociais nem ficar lendo comentários. Quando escreve uma novela, ela trabalha 15 dias direto até se dar uma folga, e tira o pouco tempo livre para arejar a mente, longe do computador ou celular. 

"Eu tentei acompanhar [as redes sociais], mas não consegui. Não tem como dar conta. Porque o trabalho de escrever uma novela é muito exaustivo. É diário. Então, eu não tenho tempo para isso. Eu já tentei e não consegui. Dessa vez, eu não vou nem tentar. Eu vou deixar [a repercussão] chegar em mim. O que chegar em mim, eu vou consumindo", declara. 

Ela afirma que isso não significa que não ficará antenada e explica que tem um bom suporte para receber o material que está na internet.

"A Globo tem um departamento que faz essa triagem. Eles pesquisam nas redes para a gente, porque a gente não tem tempo. Eles fazem grupo de discussão, eles separam as matérias dos jornalistas para a gente. Então, eu recebo tudo de uma vez. Eu sou muito aficionada pelo retorno do público." 

Claudia diz que Pega Pega foi uma novela aberta, mas Cara e Coragem estreou com 120 capítulos escritos, 70 deles gravados antes de entrar no ar. A autora avisa que, agora, a experiência vai ser diferente:

Porque era na pandemia. Então, eu não pude mexer no que o público apontava. Entende? Eu acho que a novela a gente faz escrevendo, depois entra o diretor, que vem com a conceituação. Aí entra o elenco e traz coisas. E aí, quando o público entra, a novela se faz. O público é muito importante. Eu quero ele junto.

Leia também -> Resumo dos próximos capítulos da novela Volta por Cima.

Volta por Cima se passa na fictícia Vila Cambucá, no subúrbio do Rio de Janeiro. A novela conta com Jéssica Ellen e Fabrício Boliveira nos papéis dos protagonistas Madá e Jão, respectivamente.

Inscreva-se no canal do Notícias da TV no YouTube e assista a vídeos com revelações do que vai acontecer em Volta por Cima e outras novelas.