Cabocla joga balde de água fria em quem defende volta do Vídeo Show

A audiência de Cabocla dá fortes indícios de que a Globo conseguiu consolidar o público de sua segunda faixa de reprises. A Edição Especial se mostrou uma solução de baixo custo para a emissora contornar uma de suas poucas dores de cabeça recentes com a concorrência --o quadro Hora da Venenosa, do Balanço Geral, na Record.

Em 11 semanas, o folhetim de Benedito Ruy Barbosa registra uma média de 10,6 pontos na Grande São Paulo. Uma diferença ínfima em relação ao mesmo período da reapresentação de Cheias de Charme --com 10,8.

Cabocla não repete o sucesso de Mulheres de Areia (12 pontos na mesma comparação), mas também não está tão distante assim. Trata-se de uma queda de público de 11,7%, bem menor do que o baque que a Globo sentiu com apostas que não deram certo em outros horários --como o remake de Elas por Elas (2024) às seis e Mania de Você às nove.

O ponto mais importante é que a história de Zuca (Vanessa Giácomo) continua mantendo o Balanço Geral a uma distância considerável. Na quarta (6), a reprise teve um público 60% maior do que o telejornal e a programação religiosa da concorrência.

De outro lado, a Record também não tem motivos para reclamar do seu telejornal vespertino, que assegura a vice-liderança enquanto SBT e Band brigam pelo terceiro lugar.

Desde que instaurou a faixa Edição Especial, em dezembro de 2021, a Globo conseguiu evitar as derrotas quase diárias para a Hora da Venenosa, que humilhava o Se Joga (2020-2021). O programa de variedades, inclusive, nem se compara às reprises na questão do custo --ele obrigava a emissora a gastar muito mais para ter menos público.

Com a atual crise da TV aberta, é bastante improvável que a líder de audiência vá meter a mão no bolso para mexer em um horário consolidado. O Vídeo Show (1983-2019), que vai ganhar novas edições nas comemorações de 60 anos em 2025, deve voltar apenas como um especial mesmo.