A cutucada em Jair Bolsonaro escondida na abertura do remake de Vale Tudo

As diversas imagens da bandeira brasileira na abertura da nova versão de Vale Tudo, que estreou na segunda (31) na Globo, chamaram a atenção nas redes sociais. E não à toa. Uma parte dos internautas viu uma cutucada na direita brasileira, especialmente a ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro --que associou diretamente a sua atuação política a diversos símbolos nacionais, em particular às cores verde e amarela.

A flâmula aparece por diversas vezes, seja pintada nas escadarias do morro da Conceição, no Rio de Janeiro, ou reformulada na obra Okê, Oxóssi, de Abdias Nascimento (1914-2011), que surge rapidamente durante os créditos iniciais. É um paralelo direto com o momento político que o país vivia quando a primeira versão foi exibida, em 1988.

Afinal, a Ditadura Militar (1964-1985) também se associou aos símbolos nacionais e a um discurso ufanista para se manter no poder. Na época, também havia uma desconfiança direta a quem se valia da bandeira brasileira, já que o imaginário social a ligava diretamente ao regime autoritário.

O esporte foi responsável por ajudar a ressignificar esse símbolo, especialmente com o seu uso pela Seleção Masculina de Vôlei que trouxe o ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992; e ainda pelo piloto Ayrton Senna (1960-1994), que curiosamente também é referenciado na nova versão da abertura de Vale Tudo.

Esse resgate da bandeira como símbolo de todos os brasileiros, não só de uma parcela associada à direita tradicional e à extrema direita, é vivido novamente nos dias de hoje --ainda que em outros termos, como o surgimento e o avanço do brazilcore, que colocou o país como tendência internacional.

A ideia do pavilhão nacional como símbolo de todos os brasileiros ainda é reforçada no final da vinheta, em que pessoas de diversas etnias, idades e origens abraçam a bandeira.

Leia também -> Resumo dos capítulos da novela Vale Tudo.

Vale Tudo foi exibida em 1988 e é um dos grandes sucessos da teledramaturgia brasileira. O remake da novela celebra os 60 anos da Globo. A autora Manuela Dias está responsável pela atualização da trama, e Paulo Silvestrini assina a direção artística.

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