BALANÇO 2025
Edu Lopes/TV GLOBO
Paulo Marinho em evento publicitário da Globo; emissora teve crescimento em receita líquida
A Globo encerrou o primeiro trimestre de 2025 com uma receita líquida de R$ 4,1 bilhões, resultado 13% superior ao do mesmo período de 2024. Os custos e as despesas da companhia, no entanto, aumentaram 22%, de R$ 2,8 bilhões para R$ 3,5 bilhões, reduzindo em 20% o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de impostos e amortizações, que representa a geração de caixa). O Ebitda foi de R$ 647 milhões no período, contra R$ 812 milhões no primeiro trimestre de 2024.
Os resultados foram anunciados na sexta-feira (23) por Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, em comunicado aos colaboradores. Segundo o executivo, tanto o aumento de custos quanto o de receitas foram impactados pela aquisição do controle acionário do Telecine, plataforma de filmes, e da Eletromidia, empresa de mídia exterior.
A Globo segue mantendo uma política de "gestão financeira responsável", nos termos de Marinho, com corte de custos de produção. "Todas essas variações positivas foram impulsionadas pelas aquisições da Eletromidia e do Telecine, este último tendo sua incorporação concluída no primeiro trimestre, demonstrando que os novos negócios estão impactando a geração de novas receitas", escreveu Paulo Marinho.
Principal fonte de receitas do grupo, a venda de publicidade cresceu R$ 400 milhões, de R$ 2,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024 para R$ 2,7 bilhões, uma variação de 15%. Já as receitas com conteúdo (assinaturas do Globoplay, canais pagos e vendas de programas ao exterior) subiram apenas R$ 100 milhões, para R$ 1,3 bilhão, uma variação de 9%.
O baixo aumento das receitas com assinaturas contrasta com o crescimento do Globoplay, que em março detinha 1,8% da audiência de toda a TV, incluindo streaming gratuito. De acordo com o relatório de Paulo Marinho, as bases de assinantes do Globoplay e do Premiere Play cresceram 32% e 52%, respectivamente, na comparação dos primeiros trimestres de 2024 e 2025.
Essa discrepância entre crescimento da base de assinantes e de receitas vem ocorrendo desde 2024. Deve-se ao fato de a Globo ter fechado, em 2023, um acordo que inclui o Globoplay gratuitamente em todas as novas assinaturas da operadora Claro. Pelo acordo, conforme apurou o Notícias da TV, a Globo recebe um valor fixo, independentemente do aumento de assinantes.
Embora não receba por novos assinantes da Claro, a Globo ganha com o aumento de clientes, pois exibe mais publicidade digital na plataforma de streaming. Essa receita com publicidade, contudo, é bem inferior à de assinaturas.
A Globo sempre apresentou balanços contábeis robustos. As exceções foram os anos de 2020 e 2021, devido à pandemia. Em 2020, seu lucro foi de apenas R$ 167,8 milhões. No ano seguinte, registrou um inédito prejuízo de R$ 173,9 milhões.
A recuperação veio em 2022, com um lucro de R$ 1,3 bilhão. Em 2023, o lucro líquido caiu para R$ 838,7 milhões. No ano passado, graças ao esforço para redução de custos (que tornaram os capítulos de novelas mais baratos), a Globo conseguiu um lucro de R$ 1,99 bilhão.
Como o Notícias da TV mostrou no ano passado, as receitas da Globo estão estagnadas em termos nominais. Em 2024, a empresa festejou uma receita total de R$ 16,4 bilhões. Esse número, no entanto, é praticamente o mesmo que a emissora havia feito em 2014 (R$ 16,2 bilhões).
Contudo, os R$ 16,2 bilhões de 2014, atualizados pelo IPCA, o índice de inflação oficial, seriam R$ 28,6 bilhões em 31 de dezembro de 2024. A Globo, na verdade, está encolhendo, perdendo receitas para as plataformas digitais.
Confira quadro resumo retirado do comunicado de Paulo Marinho:
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