NO MEIO DA GALERA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Milton Cunha na transmissão da segunda noite dos desfiles das escolas de samba de São Paulo
Na equipe das transmissões do Carnaval da Globo, Milton Cunha acabou "engolido" por integrantes de duas escolas de samba na área de dispersão do Sambódromo do Anhembi durante a segunda noite dos desfiles das agremiações de São Paulo. "Me larga!", berrou o comentarista.
Na madrugada deste domingo (2), o carnavalesco se jogou no meio da galera no final do desfile da Gaviões da Fiel. A escola foi a quarta a entrar na avenida, com o samba-enredo Irin Ajó Emi Ojisé --sobre as máscaras africanas.
Cunha acompanhava o fechamento dos portões, quando os membros da agremiação o abraçaram para comemorar o fim da apresentação dentro do tempo estipulado.
O comentarista acenou para uma câmera, que estava posicionada em uma grua --um tipo de suporte. "Olha a grua", gritou ele. "É Milton Cunha, nosso embaixador. Olha isso, gente. É a representação da alegria. O Carnaval é muito Carnaval", comentou Valéria Almeida no estúdio.
"Olha o drone", completou o cenógrafo. "Milton Cunha literalmente nos braços do povo, nos braços da Fiel", soltou Everaldo Marques. "Me larga! Não tem ninguém me segurando", brincou o especialista em Carnaval.
Milton Cunha também ficou "preso" entre os integrantes do Vai-Vai após o fim do desfile, que teve como samba-enredo O Xamã Devorado y a Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem --em homenagem ao dramaturgo Zé Celso Martinez (1937-2023).
"E Chegou a hora. A hora de fechar os portões. Cadê Milton Cunha?", indagou Valéria Almeida. "Eu estou aqui no empurra-empurra. Vai fechar, vai fechar. Ai, socorro!", gritou o comentarista, sendo arrastado pelos foliões. "Olha a grua. Oi, grua. Tchau, grua", brincou ele novamente.
A emissora chamou de volta a sua equipe de Jornalismo para a cobertura dos desfiles das escolas de samba após a enxurrada de críticas por ter escalado influenciadores para a folia no ano passado.
Em vez de nomes com números expressivos nas redes sociais, a rede coloca na avenida alguns de seus principais repórteres. Tiago Eltz, Ana Paula Campos, Fernanda Carvalho e Rômulo D'Avila estarão no Sambódromo do Anhembi, na capital paulista; já Mariana Gross, apresentadora do RJ1, estará à frente da equipe que percorrerá a Marquês de Sapucaí.
Karine Alves, Alex Escobar e Milton Cunha são alguns dos poucos nomes que sobreviveram à "fogueira" e vão continuar à frente da transmissão. Os dois primeiros são jornalistas formados com grande ligação com o Carnaval; Cunha é reconhecido justamente pelo seu vasto conhecimento sobre a folia, com um pós-doutorado sobre as narrativas carnavalescas pela UFRJ.
Como o colunista Daniel Castro havia revelado no Notícias da TV, foi Amauri Soares --diretor dos Estúdios Globo-- que determinou a volta dos repórteres à avenida. Internamente, a Globo reconhece que foi um erro abrir mão desses profissionais em 2024.
A Globo havia transferido o Carnaval para o Entretenimento em busca de transformar a transmissão em um evento mais atraente para os anunciantes, com mais exposição de marcas.
Os resultados comerciais não foram dos melhores, e o diretor J. B. Oliveira, o Boninho, ainda foi tachado de "soberbo" e "arrogante" por ter ignorado as críticas que pipocam nas redes sociais. O episódio intensificou o desgaste do profissional, que acabou saindo da emissora no final do ano passado.
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