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REPRODUÇÃO/RECORD
Kerem Yozgatli como Arda na novela Força de Mulher; o ator interpreta autista não verbal
Na novela turca Força de Mulher, exibida pela Record, Kerem Yozgatli interpreta Arda. O personagem lida com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O diagnóstico do menino, no entanto, é um pouco diferente do caso de outras crianças com o mesmo quadro: é não verbal. "É uma condição que a pessoa não utiliza a fala como forma de comunicação", explica a psiquiatra Tâmara Marques Kenski.
Ao Notícias da TV, a especialista usa o caso do herdeiro adotivo de Ceyda (Gökçe Eyüboğlu) para ilustrar situações da vida real nas quais os pais precisam ajudar seus filhos autistas a se comunicarem, mesmo sem a voz.
"O autismo não verbal é uma condição que a pessoa com Transtorno de Espectro Autista não utiliza a fala como a principal forma de comunicação, mas isso não significa que esse paciente não tenha habilidades cognitivas ou emocionais".
Esse quadro pode variar: algumas pessoas são completamente não verbais, enquanto outras acabam desenvolvendo uma forma de falar em alguns momentos. As formas de comunicação que surgem como alternativas podem ser, por exemplo, uso de dispositivos, tablets com aplicativos, imagens, aplicativos com palavras faladas, tem a língua de sinais, gestos, expressões faciais e postura corporal.
De acordo com a psiquiatra, os estímulos para a criança são imprescindíveis. É necessário ainda que os pais tenham muita paciência, consistência, repetição e respeitem as preferências do indivíduo. "Outra forma é o reforço positivo, que é recompensar a tentativa de comunicação, tem também treinamento com profissional especializado".
Além do cuidado com a criança, é importante levar em consideração também a saúde dos responsáveis, já que o diagnóstico do autismo não verbal pode ser bastante desafiador para ospais.
"Eles podem sentir medo e incerteza sobre o futuro desse filho, eles tendem a se preocupar se essa criança será capaz de fazer amigos, o que leva ao isolamento social. Eles devem buscar apoio, tentar participar de grupos com pais autistas, procurar terapia e orientação de especialistas. Cuidar do bem-estar dos pais é fundamental", orienta Tâmara.
A psiquiatra destaca que o uso de medicamentos para o tratamento de crianças autistas só é feito por meio de indicação profissional, e apenas alguns casos irão se encaixar nessa recomendação.
Os médicos, terapeutas e especialistas vão auxiliar que as crianças recebam intervenção adequada, por meio de terapias especializadas, ocupacionais, fonoaudiológicas e desenvolvimento de habilidades sociais e autonomia da criança. Quando necessário, os medicamentos podem ser indicados para tratar sintomas associados ao autismo, como, por exemplo, hiperatividade e ansiedade.
"Existem também cuidados preventivos para manter a saúde geral dessa criança, garantindo nutrição, sono e outras necessidades. No final, o sucesso do tratamento do autista não verbal vai garantir que ele tenha acesso às terapias e recursos adequados, além de um ambiente de aceitação e apoio para que a comunicação e o desenvolvimento possam acontecer", finaliza.
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