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COLUNA DE MÍDIA

Disney+ surpreende, cresce e piora situação da Netflix

Divulgação/Disney+

Os heróis Kate Bishop (Hailee Steinfeld) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner)

Kate (Hailee Steinfeld) e Clint (Jeremy Renner); séries do Disney+ roubam público da Netflix

Guilherme Ravache

ravache@proton.me

Publicado em 10/2/2022 - 7h01

A Disney divulgou na noite de quarta-feira (9) os resultados do último trimestre de 2021. A empresa surpreendeu ao afirmar que o crescimento do Disney+ acelerou, adicionando 11,8 milhões de novos assinantes no período.

O streaming fechou o ano passado com 129,8 milhões de assinantes, acima dos 118,1 milhões do trimestre anterior. O número superou as expectativas dos analistas, que esperavam somente sete milhões de novos assinantes.

"Estamos mais confiantes do que nunca nesta plataforma", disse Bob Chapek, CEO da empresa do Mickey Mouse, sobre o Disney+ em uma teleconferência de resultados com investidores. O executivo reafirmou a meta da companhia de atingir 230 milhões a 260 milhões de assinantes no streaming até 2024.

A Disney registrou US$ 21,82 bilhões em receita no trimestre, em comparação com US$ 16,25 bilhões um ano antes. O número também superou a expectativa dos analistas que projetavam apenas US$ 20,27 bilhões. A divisão de parques e resorts também bateu o recorde de faturamento, mostrando que a pandemia começa a ficar no retrovisor da empresa.

Fim da hegemonia da Netflix? 

A Disney não é a única a reportar sólido crescimento no streaming. Dias atrás, a AT&T, dona da WarnerMedia, também reportou bom crescimento do número de assinantes de sua plataforma de streaming. A HBO Max e o canal pago HBO encerraram 2021 com 73,8 milhões de assinantes globais. O número superou com folga as projeções de 73 milhões.

Na contramão das concorrentes, a Netflix tem decepcionado. Nos dois últimos trimestres, teve crescimento abaixo da expectativa, inclusive menores que suas próprias projeções. A empresa também adiantou que prevê fechar o primeiro trimestre de 2022 com um crescimento mais lento do que o esperado.

A explicação para as dificuldades da gigante do streaming está justamente no sucesso das concorrentes. Com a chegada do Disney+ e da HBO Max ao mercado, a competição aumentou --e os assinantes estão cada vez menos fiéis a uma plataforma.

Quando divulgou os resultados do quarto trimestre em 20 de janeiro, a Netflix pela primeira vez admitiu abertamente que pode ser afetada pela crescente concorrência.

Ninguém é fiel no streaming

O streaming é um negócio movido a sucessos. Quando as plataformas lançam uma grande novidade, atraem uma onda de assinantes. No Globoplay, por exemplo, a chegada da 22ª edição Big Brother Brasil faz disparar o número de novas assinaturas.

Porém, muitos desses novos clientes cancelam a assinatura em alguns meses ou logo após o fim do filme, série ou programa favorito. Em um mercado cada vez mais concorrido e movido a blockbusters, o jeito é investir em sucessos para segurar e atrair assinantes.

A WarnerMedia passou a lançar seus filmes simultaneamente no cinema e na HBO Max, e a Disney fez o mesmo. O Prime Video baterá um recorde de conteúdo original, e a Globo aumentou o número de produções exclusivas para o streaming e estendeu a duração do BBB.

As empresas de streaming este ano vão bater um recorde de investimentos em conteúdo. A Disney lidera com US$ 33 bilhões, seguida pela WarnerMedia, que após a fusão com a Discovery investirá US$ 20 bilhões. No terceiro lugar está a Netflix, que de US$ 14 bilhões em 2021 passará a gastar US$ 17 bilhões este ano. O Prime Video gastará US$ 13 bilhões este ano frente a US$ 11 bilhões no ano anterior.

Para uma ideia do impacto, o lucro operacional da Netflix no último trimestre de 2021 encolheu para 8,2%, em comparação a 14,4% no ano anterior. Netflix e Amazon já anunciaram este ano aumento de preços de suas assinaturas nos Estados Unidos.

Netflix é líder de assinantes

A Netflix ainda é líder absoluta do segmento, com 222 milhões de assinantes. Somadas, Disney+ e HBO Max têm menos de 200 milhões de assinantes. Dessa forma, é natural que o crescimento da Netflix seja mais desafiador em comparação às concorrentes.

Mas os investidores mandaram seu recado. Enquanto as ações da gigante do streaming caíram 25% após o anúncio de resultados em 20 de janeiro, fazendo desaparecer mais de R$ 250 bilhões do valor de mercado da companhia, as ações da Disney ontem subiram 8% no after market, nas horas seguintes ao anúncio dos resultados.

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