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NOVOS TEMPOS

Com fim do Bom Dia & Cia, internet vira caminho sem volta para crianças

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM E REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Montagem com Silvia Abravanel e Luccas Neto;

Silvia Abravanel e Luccas Neto; fim do Bom Dia & Cia reforça internet como opção para crianças

Com a decisão do SBT de encerrar o Bom Dia & Cia, o público infantojuvenil encontra cada vez menos programas dedicados à sua faixa etária na TV aberta. Quem deseja acompanhar estas atrações precisa migrar para a TV paga ou ir para a internet, que torna-se um "caminho sem volta" para os pequenos.

"É um caminho sem volta a gente pensar em mídias muito mais interativas. Essas crianças estão indo cada vez mais para as redes sociais digitais, tendo acesso maior a diversas telas. A extinção da programação [na TV aberta] também está ligada a audiência e, por isso, também vemos grandes marcas investindo em aplicativos, canais fechados, mundos digitais para esse público", explica Danuta Leão, doutora em Comunicação pela Universidade da Amazônia e pesquisadora sobre consumo na infância, ao Notícias da TV.

Nos últimos dez anos, o tempo dedicado para programação infantil caiu drasticamente na TV aberta. Em 4 de abril de 2012, uma quarta-feira, Cultura, SBT, Band, Globo e Record exibiram 25 horas e 30 minutos de atrações dedicadas as crianças --nesta conta, encontram-se desenhos, séries, programas infantis e episódios de Chaves (1971-1980).

Na próxima segunda-feira (4), crianças e adolescentes que desejem conferir algum conteúdo dedicado terão que se contentar com uma hora de séries norte-americanas no SBT ou com o bloco infantil da Cultura, que ocupa dez horas e 35 minutos da programação do canal.

"Precisamos entender que a criança de hoje, de 2022, é completamente diferente da criança dos anos 1980, época na qual você só tinha a televisão, e a televisão era uma 'babá'. Hoje, as tecnologias, o computador, o celular, eles fazem parte de uma vida muito familiar da criança", destaca Danuta.

De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil, em 2019 83% dos entrevistados de nove a 17 anos já haviam assistido a vídeos, programas, filmes ou séries na internet. Em 2020, durante a pandemia da Covid-19, o estudo passou por ajustes metodológicos e apontou que 92% das crianças e adolescentes de dez a 17 anos viviam em domicílios com acesso à internet.

Para a reportagem, a pesquisadora reforça que a desigualdade social e as diferenças de infraestrutura ao redor do país impactam o acesso do público infantojuvenil aos conteúdos digitais. Esse cenário também é mostrado no levantamento citado anteriormente, que aponta que a proporção de jovens com acesso à internet era menor nas classes D e E, com 82%.

Força do digital

Os dados obtidos pela TIC Covid-19 apontam a força da migração digital entre os jovens. Os 58% dos indivíduos de dez a 17 anos citados no estudo acompanharam lives em 2020. Nesse mesmo período, foi registrado um aumento, em especial nas classes mais baixas, no pagamento de serviços de streaming.

Os levantamentos também mostram que as principais redes sociais utilizadas por esta faixa etária são o Instagram e o TikTok. Nelas, influenciadores digitais conquistam terreno com os jovens, como é o caso de Luccas Neto, que se tornou um dos ícones das crianças na atualidade. O irmão de Felipe Neto acumula 13 longas na Netflix e mais de 37 milhões de inscritos no YouTube.

"Não vou dizer que a TV não soube se reinventar, mas o que observamos com a questão dos youtubers e influenciadores é que eles têm uma linguagem muito direcionada e uma interatividade também", opina Danuta.

Em território nacional, mesmo com a extinção da TV Globinho (2000-2015), a Globo investe no público infantojuvenil por meio de atrações nos canais por assinatura Gloob e Gloobinho, e também no Globoplay.

"O nosso papel é oferecer boas histórias e personagens fortes com os quais as crianças se reconheçam. Essa preocupação também está presente em todas as pontas do negócio, seja nas plataformas digitais, nos mercados internacionais quando buscamos conteúdos ou quando nos envolvemos em coproduções internacionais", destacou Luciane Neno, gerente de Marketing e Plataformas Digitais da Unidade Infantil da Globo, ao Notícias da TV durante entrevista concedida em dezembro de 2021.

Um dos carros-chefes da empresa para a criançada é a série D.P.A. - Detetives do Prédio Azul, que está renovada até a 19ª temporada. A produção conta com três longas, games, produtos licenciados e spin-offs digitais. Em 8 de abril, o Gloob lança o terceiro spin-off digital deste universo, o Vlog da Sol, no YouTube. Vlog da Mila e Vlog da Berê, os derivados anteriores, acumulam mais de 50 milhões de visualizações na internet.

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