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DUBLADORA DA PRISCILA

Vinte anos após o fim da TV Colosso, atriz revela: 'Tinha vontade de chorar'

Reprodução/Globo

A atriz Mônica Rossi em episódio da websérie Herança de Ódio, derivada de Eta Mundo Bom! - Reprodução/Globo

A atriz Mônica Rossi em episódio da websérie Herança de Ódio, derivada de Eta Mundo Bom!

FERNANDA LOPES

Publicado em 4/1/2017 - 5h21

Em 3 de janeiro de 1997, chegava ao fim um dos programas infantis mais bem-sucedidos da TV brasileira. A TV Colosso ficou no ar na Globo durante quatro anos, período em que marcou a vida de muitas crianças e a carreira de Mônica Rossi, dubladora da protagonista Priscila. A atriz de 53 anos até hoje considera que a cadela da raça sheepdog foi a personagem mais importante de sua carreira, mas lembra que a rotina de gravações exigia muito do elenco.

"Para ficar bom para todos os atores, a dublagem final era feita à noite e de madrugada. Nossa rotina era chegar na Globo às 20h e sair na hora em que acabasse, podia ser 2h, 3h da manhã. Foi uma época em que a gente dormia no volante, dormia falando (risos). Foi puxado, tinha dias em que dava vontade de chorar quando saía de lá de madrugada. Mas foi uma fase maravilhosa, a gente se divertia muito, todos nós lembramos desse período com muito carinho", conta.

O cansaço exposto pela atriz se deve ao fato de que tanto ela quanto seus colegas tinham outras atividades e dublavam filmes e séries durante o dia. Por isso, só conseguiam se dedicar aos personagens caninos tarde da noite. Mônica se formou na Herbert Richers e dublava várias produções na época, como a série Lois & Clark - As Aventuras do Superman (1993-1997).

Para ela, o começo do programa foi o momento mais exaustivo: "Antes da estreia e até as primeiras semanas, o trabalho foi muito difícil, porque nós estávamos ainda definindo vozes e personalidades dos bonecos. Então a gente fazia uma dupla jornada: ia para o estúdio [da Globo] com os fantoches para gravar, fazendo uma voz guia. Depois do programa editado, íamos para a sonorização para colocar a voz final. Foi uma época de muito trabalho, mas necessária".

memória globo

A personagem Priscila, dublada por Mônica Rossi, no infantil TV Colosso (1993-1997)

Ao longo da exibição do programa, Mônica conta que era constantemente reconhecida pelas pessoas por sua voz. Ela afirma que até hoje é abordada por fãs, mas também por outras personagens.

Na Globo, ela dublou a Cuca do Sítio do Picapau Amarelo (2001-2007) e fez a websérie em forma de radionovela Herança de Ódio, derivada da trama de Eta Mundo Bom!. A atriz, que também é diretora de um estúdio de dublagem, ainda dá voz a personagens de séries como Orange Is the New Black, The Ranch e Grey's Anatomy (ela faz a protagonista Meredith). "Continuo dublando sem parar", conta.

Sucesso canino
A TV Colosso começou como um projeto concebido por Luiz Ferré e Roberto Dornelles, que comandavam o grupo de teatro de bonecos Cem Modos. Eles tiveram carta branca para desenvolver o programa na Globo, sob a direção-geral de J.B. Oliveira, o Boninho. "A gente foi criando aquilo junto, colocando bordões, foi um processo com muita liberdade criativa", lembra Mônica.

No total, 28 fantoches faziam parte do elenco e contracenavam em uma rede de TV controlada por cachorros. Além da popstar Priscila, também se destacavam personagens como Gilmar, o ajudante geral da emissora; Thunderdog, inspirado em Luiz Thunderbird, que imitava os VJs da MTV; e o buldogue Borges, operador de câmera. Os diálogos entre eles eram escritos por redatores conhecidos pela carreira como cartunistas, como Laerte, Angeli e Glauco.

A TV Colosso também fazia muito sucesso com as crianças pelos desenhos que exibia. Os cachorros Provolone e Parmesão apresentavam animações clássicas como As Tartarugas Ninjas, Caverna do Dragão, He-Man, Onde Está Wally? e Thundercats e séries infantis de sucesso nos anos 1990, como Três É Demais, Família Dinossauros e Power Rangers.

Reprodução/Globo

Em 2015, Priscila ressurgiu no Vídeo Show ao lado de Otaviano Costa e Monica Iozzi

Carreira solo
Exibida entre 8h e 12h, a atração saiu do ar no início de 1997 ainda em boa fase no Ibope, para dar lugar aos programas Angel Mix e Caça Talentos, de Angélica. Mônica Rossi diz que os fãs a questionam muito sobre um reencontro dos personagens ou um revival do programa, mas afirma que não existe nada concreto sobre essa possibilidade.

A dubladora acredita, no entanto, que o sucesso da TV Colosso foi tão grande que hoje Priscila consegue sobreviver sem estar ligada ao programa diário. Sob a fama da personagem, Mônica faz até hoje eventos para adultos nostálgicos da atração infantil.

A personagem também já participou de especiais do Vídeo Show e Mais Você e tem um programa na PlayKids, plataforma online de conteúdo infantil. Em novembro de 2016, o Priscila Show já havia atingido 1,5 milhão de visualizações.

"A Priscila e o Gilmar continuam com carreira solo. Vira e mexe são convidados para fazer alguma coisa. O programa pode ter acabado, mas os personagens continuam tendo uma vida independente", acredita. Uma curiosidade: Mônica já foi casada com Mário Jorge de Andrade, que dublava o viralata Gilmar. Eles têm uma filha de 30 anos, que também é dubladora.


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