Guerra interna
Edu Moraes/Record
Geraldo Luís, apresentador do Domingo Show, programa de entretenimento feito pelo jornalismo da Record
DANIEL CASTRO
Publicado em 5/5/2014 - 19h16
Atualizado em 6/5/2014 - 6h30
O tratamento especial que a Record vem dando ao Domingo Show e ao Domingo Espetacular criou um clima de rivalidade entre as produções da emissora, com profissionais de atrações da área de entretenimento acusando colegas do jornalismo até de boicote.
Sob o pretexto de fortalecer o Domingo Show, lançado há pouco mais de um mês, a Record vem proibindo programas diários de explorarem determinadas atrações.
Há duas semanas, estava tudo certo para o Hoje Em Dia receber o ex-Polegar Ricardo Costa, que virou notícia ao pedir dinheiro na internet para pagar aluguel. Na última hora, a direção do Hoje Em Dia foi proibida de entrevistar Costa. Ele estava reservado para o Domingo Show. O programa de Geraldo Luís, no entanto, cedeu o material para o Domingo Espetacular, porque avaliou que não rendeu o esperado, não seguraria uma hora no ar.
Também em abril, o Programa da Tarde foi impedido de entrevistar a mulher de Marcos Oliver, ex-Teste de Fidelidade e ex-A Fazenda, preso por não pagar pensão. Na ocasião, a desculpa foi a de que o Domingo Espetacular já estava cuidando do assunto. O vespertino da Record teve que assistir à personagem dando entrevistas nos programas das emissoras concorrentes.
Profissionais de produções de entretenimento (como o Hoje Em Dia e Programa da Tarde) e jornalismo (Domingo Show, Domingo Espetacular) reconhecem que há um clima de hostilidade. "As ordens vêm de cima e há uma rixa entre as produções", confirma um produtor.
A rivalidade é tanta que funcionários da área de jornalismo estariam "desaparecendo" com materiais produzidos por afiliadas. Entradas ao vivo em programas da linha de shows viraram uma raridade. São privilégio quase exclusivo dos programas jornalísticos. Há sempre uma dificuldade impedindo um link ao vivo no Hoje Em Dia, por exemplo.
Guerra não declarada de vices
A hostilidade entre jornalismo e entretenimento é resultado é uma guerra não declarada entre vice-presidentes da Record. De um lado está Douglas Tavolaro, comandante do jornalismo, biógrafo de Edir Macedo. Do outro, os bispos Marcelo Silva, vice-presidente artístico e de programação, e Marcus Vinicius Vieira, vice-presidente executivo, "dono" da chave do cofre.
Tavolaro e Silva têm uma relação muito cordial, de respeito mútuo. Mas travam uma disputa por poder. Até o ano passado, Tavolaro era submisso ao vice-presidente artístico, Honorilton Gonçalves. Com a saída de Gonçalves, ele ganhou espaço na Record. O Domingo Show foi uma conquista de sua área. É um programa de entretenimento feito pelo jornalismo.
Hábil, Tavolaro tem convencido executivos da Record da necessidade de se priorizar programas "estratégicos", como o Domingo Show e o Domingo Espetacular. O privilégio a esses dois programas, no entanto, está sendo visto nos bastidores como um boicote aos demais. A guerra não declarada na cúpula tem sido levada a sério demais por alguns súditos.
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