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PORTO PAPEL

Premiada, nova série do canal Gloob demorou três anos para ficar pronta

Divulgação/Gloob

Os personagens principais de Porto Papel, nova série do canal infantil Gloob - Divulgação/Gloob

Os personagens principais de Porto Papel, nova série do canal infantil Gloob

FERNANDA LOPES

Publicado em 25/9/2016 - 6h47

Em apenas dez minutos, os episódios de Porto Papel, nova série de animação que será exibida no canal Gloob a partir desta segunda (26), contam as aventuras de Matilde, uma menina que acorda com um superpoder a cada dia e que precisa aprender a lidar com eles. A animação, que ganhou sete prêmios internacionais antes de estrear, levou três anos para ficar pronta, segundo o produtor-executivo Gabriel Noe, do estúdio chileno Zumbástico.

"Estudamos [o conceito e a tecnologia utilizados] durante mais de um ano, porque estávamos criando algo que ainda não havia sido feito. Após esse processo de tentativa e erro, começamos a realização, que levou quase dois anos. Se somarmos todas as pessoas que trabalharam em cada etapa, foram mais de 70", ele diz.

Porto Papel exigiu tanto tempo dos produtores porque apresenta uma tecnologia de animação ainda inédita no Gloob, chamada por Noe de papermotion. Todos os personagens têm a constituição de papertoys, bonecos feitos a partir de dobraduras de papel. Os mesmos bonecos estão disponíveis no site do Gloob, para que os pequenos telespectadores imprimam e montem suas versões personalizadas.

A série foi feita em um estúdio no Chile, mas segundo Paula Taborda, gerente de programação do Gloob, o canal esteve envolvido em todos os passos da produção. "Participamos desde o início, da concepção dos personagens, design, pesquisa de referências, pesquisa da técnica, roteiros, filmagem e pós-produção", afirma.

Divulgação/Gloob

Os personagens Matilde e Carlos, que são melhores amigos na série Porto Papel

Animação universal

Em Porto Papel, a protagonista Matilde tem 12 anos e vai, à contragosto, passar férias na casa do avô, que mora em uma pacata cidade litorânea. Lá, ela descobre um coco mágico capaz de dar poderes sobrenaturais às pessoas. A garota tem contato com o artefato e passa a apresentar um superpoder diferente a cada dia, como as habilidades de colorir tudo o que toca e de mudar o clima quando espirra. Ela faz novos amigos, que a auxiliam nas confusões que acaba causando.

"Todo o conteúdo que o Gloob produz é construído com a preocupação de transmitir valores positivos, mas isso não quer dizer que todos os personagens são bonzinhos e comportados o tempo todo. O que buscamos é retratar a criança real, vivendo experiências que a ajudem a construir seu 'estar no mundo'. No caso de Porto Papel, Matilde faz travessuras, testa limites, erra e acerta. Ela aprende e cresce com isso. A série fala muito sobre crescimento e amadurecimento das crianças nessa fase pré-adolescente. Ao fim da temporada, a grande lição que Matilde aprende é valorizar o tempo que passou com o avô e os amigos", explica Paula.

Porto Papel foi criada como uma coprodução do Gloob em parceria com canais de TV do Chile, da Colômbia e da Argentina. As diferenças entre os países não preocupam os produtores, que acreditam apresentar uma trama universal para a pré-adolescente Matilde. "A série lida com temas universais que estão presentes em diferentes culturas. A história acontece em uma cidade que poderia ser Valparaíso, Cartagena, Salvador ou Lisboa", defende Noe.

Para deixar a transmissão no Gloob ainda mais próxima da criança brasileira, o canal exibirá, nos intervalos de Porto Papel, vídeos que as crianças podem mandar pela internet com o tema Um Dia, Um Poder, em que contam que superpoderes gostariam de ter por um dia. O canal já recebeu respostas como "fazer chover morangos" e "o poder infinito de ciclone máximo".

Depois de ganharem sete prêmios, como de melhor produção multiplataforma no prestigiado Prix Jeunesse International, os produtores esperam emplacar uma segunda temporada em breve.

"O que mais chama a atenção das crianças continua sendo uma boa história com personagens cativantes. Claro que buscamos sempre técnicas inovadoras, mas no fim do dia o que ganha a criança é uma história de qualidade, com viradas ágeis e ritmadas, que façam com que o público tenha vontade de continuar assistindo. A criança precisa se identificar com o personagem, seja porque se vê nele ou porque se inspira nele, para se identificar com a série", conclui Paula Taborda.

Porto Papel será exibido de segunda a sexta, às 20h30, com reprises também de segunda à sexta, às 11h15 e 17h15, aos sábados, às 15h30, e aos domingos, às 8h45.


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