Corta pro crachá
Divulgação
Marcelo Rezende, apresentador do Cidade Alerta, que está tendo que usar crachá para circular na Record
DANIEL CASTRO
Publicado em 1/9/2014 - 18h33
Atualizado em 2/9/2014 - 6h20
A Record está tão paranoica com o uso de crachá em suas instalações de São Paulo que até apresentadores estão sendo vigiados por circuito interno de vídeo e abordados pelos seguranças. Depois do que a cúpula da emissora considera uma "traição" de Luiz Bacci, a emissora baixou uma norma em que até apresentadores têm de portar identificação em "local visível". Marcelo Rezende e Reinaldo Gottino, âncoras do Cidade Alerta e Balanço Geral, foram os primeiros "enquadrados".
No caso de Rezende, o apresentador não criou caso e acatou a norma. Mas virou motivo de piadas nos bastidores da emissora. Funcionários brincam com seus bordões: "Corta pro crachá!" é uma das gozações. Já Gottino foi abordado quando ia do estúdio em que trabalha para a lanchonete, durante o horário eleitoral, em que seu programa sai do ar.
Os casos revelam a "rigidez" das medidas que vêm sendo adotadas desde julho. O departamento de Recursos Humanos enviou carta aos funcionários informando que o uso de crachá em local visível é obrigatório a todos e o desrespeito à norma pode gerar advertências por escrito.
É o que tem sido feito. Dezenas de profissionais estão sendo abordados todos os dias nos corredores da Barra Funda, até repórteres conhecidos do vídeo. Nunca se distribuiu tanta advertência como agora: quando flagrados sem crachá, os funcionários têm que assinar uma espécie de protocolo de "infração".
Os seguranças têm monitorado o cumprimento da obrigatoriedade de crachá pelo circuito interno de vídeo e fazem "rondas ostensivas", chamando a atenção de quem não exibe crachá. Assessores de apresentadores têm que passar pela portaria e retirar um crachá. Em entregas, fornecedores têm sido escoltados. Em alguns estúdios, o uso de celulares foi proibido.
Espionagem
A paranoia da Record tem origem na contratação de Luiz Bacci pela Band, em maio. Para a cúpula da Record, Bacci driblou facilmente a segurança da emissora ao circular dois dias pelos estúdios com Rodrigo Branco, que estava negociando sua ida para a Band e viria a cuidar da implantação do Tá na Tela. Para a Record, Branco agiu como um "espião" e levou informações estratégicas para a concorrente.
Branco nega que tenha espionado qualquer coisa na Record e lembra que é um profissional experiente, com 11 anos trabalhando com Marcia Goldschmidt. Diz que permaneceu na emissora apenas acompanhando o apresentador e que usou crachá de visitante.
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