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Oruam diz que ser filho de Marcinho VP é 'fardo': 'Vou carregar pro resto da vida'

REPRODUÇÃO/RECORD

Com cabelo vermelho, Oruam conversa com Roberto Cabrini

O rapper Oruam deu entrevista para Roberto Cabrini no Domingo Espetacular, da Record

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 30/3/2025 - 23h06

Expoente do trap nacional, o músico Oruam admitiu que ser filho de Marcinho VP, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho, não é algo simples para ele. "É um fardo que eu vou carregar para o resto da minha vida. Eu já sei disso", resumiu o artista, nascido Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, em entrevista a Roberto Cabrini no Domingo Espetacular, da Record.

Nepomuceno falou sobre a imagem que transmite para o público ao ser questionado sobre o projeto de lei que tenta impedir que o poder público contrate artistas acusados de fazer apologia ao crime --apelidado de Lei Anti-Oruam, ele foi proposto pela vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil).

Cabrini questionou se o artista tentou falar com a política. Ele negou. "Nem quero! Não tem como ela entender minha realidade, ela não veio de onde eu vim. Ela não sofreu o que eu sofri, ela não passou o que eu passei", disse.

"Eu canto a realidade, para mim não existe apologia à crime. Incentivar outra pessoa a cometer um crime é o quê? Falar pra pessoa matar? Em nenhum momento eu nunca falei para uma pessoa matar, para uma pessoa roubar. Eu falar de arma, eles colocam como apologia. Isso vem do fato de associarem minha imagem à do meu pai", apontou.

"Se o filho do Marcinho aparece com uma arma, ele vira o Pablo Escobar [1949-1993]. É isso que eles querem dizer! Mas, na verdade, eu sou só um garoto, um artista como qualquer outro", desconversou Oruam, que se envolveu em polêmicas ao aparecer disparando uma arma para o alto em um vídeo --ele afirmou que estava apenas gravando um clipe.

Marcinho VP é 'pai exemplar'

Questionado sobre a relação com Marcinho VP, Oruam disse que ele é um "ótimo pai". "Um exemplo de pai para mim. Tipo, me deu tudo. Ele tentou esconder a gente o tempo todo da favela, sabe? Tirar a gente do morro para que a gente não olhasse aquilo ali, não visse aquilo ali e quisesse aquilo ali pra gente", disse o músico.

"Eu não escolhi o pai que eu tenho, mas se eu fosse escolher o pai que eu tenho, eu escolheria meu pai", valorizou o herdeiro, que ainda negou que Marcinho VP seja um dos cabeças do Comando Vermelho. "Dizem que ele é o líder, mas na verdade ele nem é. Meu pai foi preso quando tinha 19 anos, 20 anos. Não tem como ele, com 20 anos, ele ser esse monstro todo que a sociedade cria, entendeu?", provocou.

"O fato de eu ser filho do Marcinho... Eu consegui superar as expectativas, sabe? Eu consegui superar as estatísticas, eu consegui conquistar o mundo com todo mundo dizendo 'não' para mim. Eu poderia ser hoje um traficante, um bandido, poderia ser um ladrão. Mas eu escolhi outro caminho, escolhi a música", disse o músico, hoje o artista de trap mais ouvido do Brasil.

Ele negou que a mansão de luxo no Joá, bairro nobre do Rio de Janeiro, tenha sido comprada com a ajuda de negócios do pai. "[Conquistei] Tudo com a minha música. Eu não tinha nada antes", resumiu ele, apontando que Marcinho teve um papel fundamental de outra maneira.

"Se eu consegui conquistar o mundo, consegui conquistar o Brasil, foi porque o meu pai me ensinou o caminho certo. Ele falou: 'Filho, você tem que estudar, tem que ser honesto com as pessoas, tem que ser humilde'."

Oruam admitiu que chegou a olhar para o mundo do crime como um caminho. "Qualquer jovem no Rio de Janeiro já olhou pro crime e pensou: 'Queria ser bandido'. Porque o crime em si, ele deslumbra. Graças a Deus eu sempre tive a mente muito boa, minha mãe... Minha mãe é a figura mais importante da minha vida, chega a ser até mais do que o meu pai. Meu pai é meu pai, mas a vida toda eu tive o meu pai preso, minha mãe foi mãe e pai para mim."

Por fim, Cabrini perguntou como Oruam pode melhorar, já que se envolveu em várias polêmicas nos últimos meses. "Só ser mais homem mesmo e parar de levar a vida na brincadeira. Eu fazer besteira, para mim, eu não tô nem aí, não. Eu sou novo. A única responsabilidade que eu carrego é com os meus fãs, tenho que tomar cuidado, parar de ser só moleque e levar a vida a sério."

Ele ainda ressaltou que considera que tem um papel fundamental para melhorar a vida nas comunidades. "Enquanto tiver uma criança lá na favela, olhando pro crime e gostando daquilo, tá todo mundo perdendo, chefe."

"Eu não vim aqui ser só mais um. Vim falar o que eu penso. Se os presos não têm voz, se o meu pai não tem voz, eu vou fazer música pro preso, para que ele tenha voz. Eu não vou parar de fazer música. Se eu parar, eu me vendo. E eu não pretendo", arrematou Nepomuceno.


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