Treze Dias Longe do Sol
Fotos Ramón Vasconcelos/TV Globo
Selton Mello com diretor Luciano Moura durante as gravações da nova minissérie da Globo
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 2/11/2017 - 16h34
Atualizado em 3/11/2017 - 21h40
Estrelada por Selton Mello e Carolina Dieckmann, Treze Dias Longe do Sol recrutou atores do Ceará, Bahia e Pernambuco para se tornar uma trama crível. Lançada nesta quinta (2) na plataforma de vídeos sob demanda da Globo, a minissérie mostra a luta pela sobrevivência de um grupo que fica soterrado após o desabamento de um prédio em construção. Ganância, barbárie e romance fazem parte do enredo.
Luciano Moura, diretor artístico do projeto, afirma que a produção trouxe atores de Estados nordestinos porque é de lá que vem boa parte da força de trabalho que atua na construção civil em São Paulo. Na história, para economizar dinheiro na obra, o engenheiro Saulo (Selton Mello) "importa" mão de obra terceirizada e barata.
"Isso aconteceu em um caso em São Paulo na realidade. Nosso objetivo era que a nossa dramaturgia fosse real na questão do sotaque e da vivência. Procuramos atores pelo Brasil. Eu já conhecia alguns, outros não, e essa foi uma das grandes surpresas desse trabalho. Essa turma de atores que fica soterrada com os personagens do Selton e da Carolina é muito boa", diz Moura.
Arilson Lopes e Démick Lopes fazem parte dos atores que representam operários do Nordeste
Os dez episódios da minissérie já estão disponíveis para assinantes do Globo Play, mas só entrarão no ar na TV aberta em 8 de janeiro. A obra demorou mais de dois anos entre a pré-produção e o lançamento. As gravações ocorreram em São Paulo entre dezembro e abril deste ano.
Assim como a série Sob Pressão, que retratou o trabalho de médicos em um hospital público, Treze Dias Longe do Sol explora o psicológico e as emoções dos personagens.
"Não é um filme de catástrofe. O desabamento serve para explorar como as pessoas reagem em uma situação dramática, mostramos o melhor e o pior de cada um", fala Moura, que também é responsável pelo texto da minissérie, ao lado de sua mulher, Elena Soarez.
A trama é uma coprodução da Globo com a O2 Filmes e foi gravada como se fosse cinema. Cenário, imagens e até o tempo da cenas têm mais sofisticação.
"Tem uma pegada de cinema porque o cuidado foi ainda maior do que temos com um longa. Tudo tem significado, os planos não são à toa, não saímos correndo para filmar. As construções dramatúrgicas também são muito consistentes. O personagens têm um arco, começam de um jeito e terminam de outro", fala Moura.
O ator baiano Antônio Fábio interpreta o mestre de obras Jesuíno em Treze Dias Longe do Sol
Ele afirma que não há nada parecido com a série, que a produção é original, mas admite a influência de séries americanas e inglesas principalmente no uso de ganchos para segurar o espectador.
Preso no buraco que cavou
Por conta da ganância de Saulo, a construção de um centro médico de última geração desaba quando a obra está na fase da finalização.
Marion (Carolina Dieckmann) chega ao Brasil após uma temporada nos Estados Unidos para questionar os atrasos na obra. Ela é filha do médico Rupp (Lima Duarte), dono do empreendimento, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e pede para filha tocar seus negócios.
Marion e o engenheiro, por sua vez, tiveram um caso no passado e mal se olham na cara durante o encontro. Quando os dois estão vistoriando os estacionamentos no subsolo, o prédio cai. O casal fica preso com um grupo de operários.
Os sobreviventes começam a trocar acusações em meio à luta pela vida. Do lado de fora, tem ainda o drama dos familiares e amigos das vítimas e a bárbarie de executivos para escapar da culpa.
Débora Bloch, parceira de Saulo, agirá sorrateiramente para culpar o acadêmico Newton (Enrique Diaz), responsável pelos cálculos do projeto. Paulo Vilhena faz Vitor, o dono da construtora. Ele fará de tudo para se "limpar" de toda a sujeira jogada para debaixo do tapete pela sua equipe.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.