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Ritmo alucinado

'Na Record, não tinha tempo para a família', lamenta Tom Cavalcante

Divulgação

O ator Tom Cavalcante em cena do curta inédito Pizza Me Máfia, que ele produziu e estrelou nos EUA em 2013 - Divulgação

O ator Tom Cavalcante em cena do curta inédito Pizza Me Máfia, que ele produziu e estrelou nos EUA em 2013

DANIEL CASTRO

Publicado em 16/11/2014 - 5h18

Um dos principais nomes do humor nacional, com passagens marcantes por Escolinha do Professor Raimundo, Sai de Baixo e Zorra Total, Tom Cavalcante, 52 anos, se prepara para estrelar uma série no canal pago Multishow. Com estreia prevista para meados de 2015, Shopping Brasil será uma comédia gravada em um teatro de São Paulo. Marcará a volta do humorista à TV brasileira mais de três anos após sua saída da Record.

Cavalcante diz em entrevista exclusiva ao Notícias da TV que deixou a Record em 2011 por vontade própria, cansado de ter "quase nada de tempo" para o lazer, a mulher e os filhos. Pediu a rescisão do contrato, um ano antes do vencimento, para realizar o sonho de estudar cinema em Los Angeles e ficar perto da família, da qual se afastou durante sua passagem pela rede de Edir Macedo, onde dirigia, editava, atuava e escrevia "num ritmo alucinante".

O humorista diz não guardar mágoas das emissoras pelas quais passou, nem da Globo, que recusou sua volta, porque ele ter quebrado contrato em 2004, quando migrou pela Record. Reconhece que há uma nova e talentosa geração de humoristas no Brasil, capitaneada por Tatá Werneck e Fábio Porchat, porém não distingue humor novo de humor antigo. "Se você tem vocação para ser comediante, faz sua plateia delirar com os seus textos, com a sua performance, independentemente de você ter 17 ou 80 anos. Na essência, isso é humor", decreta.

Tom Cavalcante imita Dinho em homenagem à banda Mamonas Assassinas no Prêmio Multishow, em sua estreia no canal (Foto: AgNews)

Notícias da TV - Como será seu primeiro programa no Multishow? Qual o formato?

Tom Cavalcante - O Multishow definiu que será uma série de comédia gravada em um teatro de São Paulo com plateia, na pegada de ao vivo. Shopping Brasil é o primeiro nome cogitado. É uma ideia inédita da parceria Multishow e Fremantle em programas de humor nesse formato no país.

Qual a sua expectativa com a TV paga? Espera maior liberdade, falar com um público diferente da TV aberta?

Cavalcante - A linguagem televisiva está cada vez mais se aproximando do dia a dia da vida aqui fora. Quanto mais imprimirmos essa linguagem mais identidade teremos como o grande público. Linguagem atual e qualidade no conteúdo é a jogada.

Você terá um segundo programa no Multishow, certo?

Cavalcante - O Multishow está priorizando as atenções para esse primeiro. Na sequência, com calma, logo que o  primeiro projeto entre no trilho, trabalharemos o próximo.

Você está há três anos fora do ar. Como é ficar tanto tempo fora da televisão?

Cavalcante - Estou de volta em definitivo ao Brasil e realizado com a experiência nos Estados Unidos. Foi um período em que pude avançar nos meus estudos profissionais, enquanto atuei com meus shows para meu público em cidades americanas.

Nesse período sabático, você aproveitou para estudar cinema. Vai dirigir um filme? Como está seu projeto com Seu Jorge?

Cavalcante - Pude nessa pausa colocar a mochila nas costas, com lanchinho, e voltar à escola. Muito legal, um tempo para me aventurar como produtor, diretor de cinema, contratando atores americanos, técnicos de dentro da Paramount e Universal, para atuar ali do lado e entender o mecanismo praticado pelos hollywoodianos. Nada muito diferente do que já é praticado aqui pelos grandes profissionais de cinema. A diferença fica mesmo nos custos e estrutura da fábrica de produzir em escala.

Produzi  o media-metragem Pizza me Máfia [veja trailer abaixo], que ficou bem divertido. Tive tempo também  para fazer workshop de scripts para cinema e, claro, fazer novos amigos, feras do cinema e da TV, como atores, agentes e produtores.

Tenho em mãos um roteiro a ser finalizado. Eu e Seu Jorge formamos uma dupla que apronta todas em terras americanas. Um longa que tem cara de sucesso. Se meu amigo Sergio Mendes assinar as trilhas, será um sonho.

Fala-se muito em uma nova geração de humoristas no Brasil, com nomes como Tatá Werneck, Fábio Porchat, Danilo Gentili e integrantes do Porta dos Fundos. Você concorda? É uma nova geração no sentido de que se faz um novo humor? No que esse humor se difere do antigo?

Cavalcante - Sim, toda essa galera faz parte da nova corrente de humor que surgiu com força. Todos eles trazem em seus trabalhos e no DNA traços fortes de excelentes fazedores do riso. Eles são a continuidade e já provaram isso. Profissionais dedicados que receberam do Brasil o passaporte de grandes ídolos. Aplausos. No quesito humor velho, humor novo, sou pragmático nessa questão: Se você tem vocação para ser comediante, faz sua plateia delirar com os seus textos, com a sua performance, independentemente de você ter 17 ou 80 anos. Na essência, isso é humor.

O Zorra Total, do qual você fez parte nos melhores dias, vai ser totalmente reformulado. Você percebe uma crise nos programas de humor que seguem fórmulas que vêm desde os anos 1970?

Cavalcante - Confesso que pouco vejo TV aos sábados, devido estar nos palcos. De um modo geral, acho que o segredo é você estar sempre se atualizando com as tendências sem perder estilo e fundamentos que te consagraram. No humor há público para todos os segmentos, independentemente de época. Isso está provado com a grande audiência que tem o programa.

Em 2011, a Record fez ventilar a versão de que seu programa foi extinto porque não daria audiência nem dinheiro para emissora. É verdade que o Show do Tom dava prejuízo, não se pagava?

Cavalcante - Os números registram sete anos posicionado na  vice-liderança e inúmeras vezes  assumindo o primeiro lugar. Fui eu que pedi para sair.

Por quê?

Cavalcante - Saí por uma decisão pessoal, planejada dois anos antes. Um desejo de há muito morar em Los Angeles junto com a família. Profissionalmente, foi uma experiência muito rica.

Como você avalia sua passagem pela Record?

Cavalcante - Do ponto de vista profissional, descobri que posso atuar em várias frentes, como dirigir, editar, atuar e escrever num ritmo alucinante. Do ponto de vista de lazer e convívio com a família, quase nada de tempo.

Você deixou a Globo em 2004 com contrato ainda em vigor. A quebra de contrato tem sido usada por executivos da emissora como impeditivo para sua volta. Você se arrepende de ter rompido com a Globo?

Cavalcante - Nutro pela Globo um respeito e gratidão muito grandes por ter me acolhido no início de tudo e ter me elevado à condição de destaque que nunca sonhei um dia chegar. Minha saída, apesar de ter sido antecipada, faltando três meses para o encerramento do contrato, foi feita dentro de todas as exigências contratuais.

Nos últimos anos, circularam rumores de que você teria negociado com Globo, SBT, RedeTV! e até com a Record. O que disso tudo foi verdade?

Cavalcante - Desde que deixei a TV, no dia seguinte meu empresário, Dody Sirena, ouviu dirigentes de algumas emissoras e as possibilidades do meu concurso. Na verdade, meu plano era sair do Brasil e literalmente dar um tempo, como o fiz. Após o meu retorno, fui surpreendido por um convite e projeto do Multishow que encheu meus olhos no primeiro momento. Assinei e estou mergulhado, trabalhando com muita energia e felicidade num trabalho que tem tudo pra ser um sucesso. Agora é esperar e conferir. 


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