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Memória da TV

Em 1999, Carla Perez queria ser a nova Hebe e se comparava a Chacrinha

Divulgação/SBT

Carla Perez no programa Canta e Dança, Minha Gente, que o SBT exibiu de 1999 a 2001 - Divulgação/SBT

Carla Perez no programa Canta e Dança, Minha Gente, que o SBT exibiu de 1999 a 2001

THELL DE CASTRO

Publicado em 17/1/2016 - 6h17

Após estourar como dançarina do grupo É o Tchan em 1996, Carla Perez resolveu investir na carreira de apresentadora. Contratada pelo SBT em 1998, comandou dois programas na rede de Silvio Santos: Fantasia, no qual perguntou se em um painel cenográfico havia a letra "i" de "iscola", e Canta e Dança, Minha Gente. Os planos da baiana eram ambiciosos. Ela sonhava se tornar a nova Hebe Camargo (1929-2012) e comparava seu programa ao de Chacrinha (1917-1988).

A polêmica declaração foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo de 8 de agosto de 1999, algumas semanas antes da estreia do Canta e Dança, Minha Gente. "Acredito que, pouco a pouco, me tornarei a nova Hebe da televisão", disse ao repórter Thiago Stivaletti.

O Canta e Dança era uma espécie de Esquenta, com números musicais (pense em muito axé music, ritmo que estava em evidência no final dos anos 1990) e gente dançando no palco. A inspiração do programa era o Planeta Xuxa, que Xuxa comandava nas tardes de domingo da Globo.

Luiz Bento, então diretor do Canta e Dança, confirmou ao jornal: "Imitamos o programa da Xuxa nos cenários, que se movimentam e interagem com a plateia". Carla negou a influência. "Se há alguma semelhança, é com o programa do Chacrinha, que originou todos os outros musicais".

A atração foi massacrada pela crítica. Na revista IstoÉ Gente de 22 de novembro de 1999, uma semana após a estreia, Lilian Amarante chamou o programa de "aeróbica musical". "Num palco superpovoado, misturado com a plateia, a ordem é não ficar parado. Durante uma hora de programa, pelo menos cem pessoas dançam freneticamente embaladas pelas músicas dos convidados", explicou. "A impressão geral é de cansaço, principalmente em casa. Colocar a plateia para dançar junto com os convidados não é novidade. Mas o repertório do Canta e Dança, repetitivo e malicioso, dá outra dimensão à proposta", completou.

A loira em versão comportada no Clube da Alegria, que apresenta desde 2012 na afiliada do SBT na Bahia

Muitas críticas também foram feitas porque a atração ia ao ar às 13h30 de domingo, quando muitas crianças estavam sintonizadas. "Na volta de um dos intervalos, Carla Perez dança sentada na escada para chamar mais uma atração: as 'lindas e gostosas' do grupo Banana Split. A câmera não larga o tchan de nenhuma delas e passeia também pelos predicados da plateia. Agora, o refrão pede: 'Gruda, gruda na cintura da moleca/Depois do mexe-mexe, rala o tchan e rala a tcheca'. Por essas e outras, a festa de Carla Perez deveria ir ao ar em horário mais adequado, longe da programação infantil".

O programa também foi eleito o pior dominical de 2001 no Troféu Santa Clara, da Folha. Mesmo assim, o Canta e Dança não teve vida curta: ficou no ar até o final de 2001 _a última edição foi exibida dia 15 de dezembro. Pouco antes, em setembro, migrou para as tardes de sábado, para concorrer com o programa de Raul Gil na Record. Marcava média de cinco pontos e ficava na terceira colocação.

Desde 2012, Carla Perez se dedica ao público infantil e apresenta o programa diário Clube da Alegria, na TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia, que algumas vezes chega a liderar a audiência local.


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