PAES EM PAZ
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Alexandre Ramagem (PL), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, em sabatina ao RJ1 (Globo)
De cadeirada à expulsão, os debates com os candidatos à Prefeitura de São Paulo repercutiram até com o telespectador que não vota na maior cidade do país. Os prefeituráveis vão se encontrar 11 vezes durante o primeiro turno, em um cenário bastante diferente do Rio de Janeiro --em que a falta de encontros na TV já preocupa as campanhas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Até mesmo emissoras que tradicionalmente promoviam esse tipo de encontro optaram apenas por realizar sabatinas individuais com os aspirantes a prefeitos da capital fluminense --caso de SBT e Record. Ao todo, apenas quatro debates vão acontecer antes de 6 de outubro.
Uma das explicações é o cenário praticamente estável desde o início da corrida eleitoral, com fortes chances de Eduardo Paes (PSD) ser reeleito. Ele conta com 59% das intenções de votos de acordo com o Datafolha, o que dá uma margem bastante confortável para uma vitória em primeiro turno.
Além da falta de interesse do telespectador diante de uma eleição aparentemente definida, as redes avaliam que não há necessidade de mobilizar suas equipes, especialmente com o mau exemplo de Pablo Marçal (PRTB) --que já obrigou emissoras a reverem as regras em São Paulo.
Mas, segundo fontes do Notícias da TV junto às campanhas, a falta de debates se tornou uma grande preocupação principalmente para candidatos próximos a Bolsonaro.
Com o maior tempo no horário eleitoral, Alexandre Ramagem chegou a subir seis pontos no Datafolha, chegando a 17%. O resultado, ainda assim, não foi suficiente para --no jargão político-- "desidratar" a candidatura de Paes.
Os debates eram vistos como a melhor oportunidade para o confronto direto entre Ramagem e Paes, que trocam farpas em seus programetes na TV.
O pessedista ainda teria que lidar com possíveis saias justas com Rodrigo Amorim (União), que também ganha capital político com a imagem de Bolsonaro; e com Marcelo Queiroz (PP), que se apresenta como independente, mas crítico à atual gestão.
Essa conjuntura pode representar uma derrota dentro de casa para o ex-presidente, que foi deputado federal pelo Rio de Janeiro durante inúmeras legislaturas. Até porque Paes mantém uma excelente relação com Luiz Inácio Lula da Silva e é apoiado pelo PT no Estado.
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