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Com Supermax e Nada Será, Globo inaugura nova era na produção de séries

Fotos Estevam Avellar/TV Globo

Débora Falabella e Murilo Benício em cena do primeiro episódio de Nada Será Como Antes - Fotos Estevam Avellar/TV Globo

Débora Falabella e Murilo Benício em cena do primeiro episódio de Nada Será Como Antes

DANIEL CASTRO

Publicado em 19/9/2016 - 5h25

A Globo inaugura nesta semana uma nova era na produção de séries no Brasil. Com as estreias de Supermax, amanhã (20), e de Nada Será Como Antes, no próximo dia 27, a emissora deixa de realizar majoritariamente comédias e passa a investir em novos gêneros, como drama, ação e até terror. Dobradinhas de humor como Mister Brau e Chapa Quente, como se viu até o semestre passado, tendem a não se repetir mais.

"A ideia é abrir um pouco o leque de gêneros para outras temáticas, outros tons. A gente estava muito focado em comédia, sitcom e tal. A partir de agora, vamos variar um pouco", diz o diretor e roteirista Guel Arraes, diretor de dramaturgia semanal da Globo. A mudança visa atualizar a emissora no cenário mundial. "O seriado mudou no mundo todo", constata.

Estreia desta semana, Supermax é a experiência mais radical já realizada pela Globo em uma série. A criação de José Alvarenga Jr., Fernando Bonassi e Marçal Aquino é uma mistura de reality show com terror. Com Mariana Ximenes e Cleo Pires, é a história de um reality show gravado em um presídio de segurança máxima que sai do controle da emissora e vira um roteiro de acontecimentos sobrenaturais, satanismo e alucinações.

Com a série, a Globo espera conquistar um novo telespectador, aquele que é consumidor voraz de seriados norte-americanos, que já abandonou a TV aberta.

Já Nada Será Como Antes, que a partir do dia 27 ocupará às terças-feiras a primeira linha de shows da emissora, é totalmente diferente. É a primeira série de época da Globo e lembra mais uma minissérie, uma novela. "A história principal é uma história de novela", concorda Guel Arraes, que classifica a produção como um drama romântico.

Guel Arraes, Jorge Furtado e José Luiz Villamarim, roteiristas e diretor de Nada Será

Na trama, Murilo Benício é um empreendedor que se apaixona por uma locutora de rádio (Débora Falabella) e se aventura a lançar a primeira emissora de TV do país, nos anos 1950. Saulo, seu personagem, descobre que não pode ter filhos. Como não quer admitir o problema nem deixar a mulher se sentir culpada, ele decide se separar dela. Numa outra trama central, Bruna Marquezine, Daniel de Oliveira e Letícia Colin formam um triângulo amoroso "prafrentex", com cenas de lesbianismo.

"Queríamos algo popular que pudesse supreender", diz Arraes, que também assina o roteiro de Nada Será Como Antes, ao lado de Jorge Furtado e João Falcão. A direção é de José Luiz Villamarim, o mesmo de Justiça.

O planejamento de 2017 também prevê menos comédias. Mister Brau continua e ganha a companhia de Vade Retro ("uma comédia bem diferente do que já fizemos", frisa Arraes) e Carcereiros, uma história de presídios, inspirada no livro de Drauzio Varella. Fora do guarda-chuva de Arraes, Miguel Falabella já está gravando uma nova sitcom, Brasil a Bordo.


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