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Desnude

Com masturbação e sexo a três, série feita por mulheres retrata fantasias femininas

Divulgação/GNT

A atriz Laura Neiva protagoniza fantasias sexuais em um episódio da série Desnude - Divulgação/GNT

A atriz Laura Neiva protagoniza fantasias sexuais em um episódio da série Desnude

FERNANDA LOPES

Publicado em 5/3/2018 - 3h30

Desnude, que estreia nesta segunda (5) no GNT, promete mostrar forte conteúdo sexual com uma diferença: na série erótica, as mulheres estão no comando do prazer. A produção foi feita com base em cerca de cem relatos de telespectadoras, que contaram as fantasias que têm ou que já realizaram. Os nove episódios misturam os pontos mais marcantes, com direito a cenas de masturbação, sexo a três e personagem mandando nudes. E foram realizados quase somente por mulheres.

"Estamos falando de sexo a partir da perspectiva feminina, para a mulher se ver mais representada nesse universo. Os episódios são inspirados nas histórias que a gente recebeu e foi sentindo o clima. Sexualidade feminina é um tema muito amplo, então decidimos recortar para as fantasias. Concluímos que assim conseguiríamos chegar no imaginário da mulher", explica Carolina Jabor, diretora de Desnude.

A série não segue uma linha cronológica: cada episódio tem sua própria história com começo, meio e fim, que não se conecta com os demais. A diretora afirma que procurou colocar tramas sensuais para todos os gostos _uma telespectadora pode se identificar muito com uma história e nada com a outra, segundo ela.

Entre as histórias, há a de uma mulher (interpretada por Claudia Ohana) que é seduzida pelo filho de um casal de amigos. Em outra, a protagonista (Rafaela Mandelli) é seguida por um detetive particular e se interessa pelo "stalker".

Há ainda uma garota (Laura Neiva) que estabelece uma relação sexual sozinha, sentindo uma força sobrenatural, e uma editora de livros eróticos (Clarice Falcão) que se deixa levar pelo texto e começa a mandar mensagens sexuais para colegas de trabalho (o chamado "sexting").

"São mulheres de idades e conceitos diferentes, mas procuramos o tempo inteiro colocar a mulher no controle do próprio prazer. Fazer o que gosta, ter prazer com sua escolha, seja ela homossexual, hétero, seja a três, com namorado, só com uma masturbação. Foi um trabalho árduo, porque somos condicionadas ao prazer masculino, é assim que nos ensinam. O tempo todo isso era refletido, ela coloca a mão dela no pênis dele só se ela quiser", diz Carolina, sobre a criação dos capítulos.

divulgação/gnt

A atriz Patricia Dejesus é uma noiva que se excita com outro casal na série Desnude, do GNT

Erótica sim, pornô não
Toda a equipe de criação, roteiro e produção do Desnude é feminina, além das profissionais de estúdio, de diretora de áudio até contrarregras. No total, 80 mulheres trabalharam na série, cerca de 90% de todos os funcionários envolvidos. Os poucos homens no estúdio, como atores e um eletricista, ficaram surpresos.

"Foi engraçado. O primeiro que chegou foi o Eduardo Moscovis, e só tinha mulher em volta dele no set de filmagem. Ele falou: 'Opa, alguém chama um homem no set, o eletricista, pelo amor de Deus, fica aqui perto'. Mas a gente ama eles e precisa deles. É um prazer conjunto", ressalta a diretora.

Moscovis participa do episódio de estreia, em que compartilha fantasias sexuais com a mulher após os dois voltarem de uma festa. A diretora afirma que as cenas picantes seguem um padrão estético de sofisticação _nada de pornografia gratuita.

divulgação/gnt

A atriz Gabriela Carneiro é a protagonista do primeiro episódio da série erótica Desnude

"Acho que a TV já está muito mais livre, mostrando mais coisas. O erotismo é uma coisa possível de se ter na televisão, mas as pessoas confundem com pornografia. Erotismo é um negócio belo, envolvente, misterioso, e a pornografia, do meu ponto de vista, é um pouco degradada. Não há em Desnude uma pretensão de chocar. Há a ideia de expor, mostrar que [sexo] também é bonito, que é possível imaginar, fantasiar", diz Carolina.

Após nove episódios ficcionais, o GNT exibirá um documental, no qual as profissionais envolvidas falam sobre o desenvolvimento do projeto e refletem sobre o prazer feminino.

"A sexualidade da mulher passa pelo feminismo também, saber do que você gosta e do que você não gosta. Aos poucos a gente vai se libertando de amarras. Se a gente conseguir chegar um pouco além no imaginário feminino, já será legal. Qual é o seu prazer?", instiga a diretora.

Desnude irá ao ar no GNT de segunda a sexta, a partir das 23h30.

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