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NO RASTRO DA NOTÍCIA

Com guerras e ameaça de fuzilamento, livro de Cabrini esgota em menos de um mês

REPRODUÇÃO/SBT

O jornalista Roberto Cabrini no SBT Repórter em Bagdá, no Iraque

O jornalista Roberto Cabrini em reportagem para o SBT em 1995, no Iraque: ele conta os bastidores em livro

REDAÇÃO

Publicado em 12/12/2019 - 5h08

Com os bastidores de dez reportagens de Roberto Cabrini, No Rastro da Notícia teve 8 mil exemplares vendidos, e a primeira edição ficou esgotada menos de um mês depois do lançamento oficial. Em seu primeiro livro, o jornalista trata sobre coberturas de guerra, da morte de Ayrton Senna (1960-1994) e relata uma ameaça de fuzilamento talibã.

Após o fim da primeira leva de exemplares, a Editora Planeta determinou a impressão de uma segunda edição da obra, que começou a ser vendida nas livrarias nesta semana.

Cabrini já cobriu guerras no Iraque, Palestina, Caxemira, Haiti e Somália. Mas foi no Afeganistão que ele viveu um dos momentos mais tensos de sua carreira. O jornalista ficou na mira de fuzis de um grupo radical talibã em 1996, quando ele produzia um material para ser exibido no SBT Repórter.

"A gente tinha filmado uma vila sendo dizimada porque os habitantes tinham dado comida para as tropas inimigas do Talibã. A imagem da vila sendo dizimada era uma imagem de US$ 1 milhão. Na saída da vila, a gente foi interceptado por combatentes talibãs e eles apontaram fuzis Kalashnikov, fazendo toda menção que iriam nos executar", contou o apresentador do Conexão Repórter em entrevista ao canal Pingue-Pongue com Bonfá, no YouTube.

"O fato de eu saber algumas palavras, poucas palavras, em pastum, que é o idioma deles, foi o suficiente para eu ganhar uma certa simpatia. Disse que não era um jornalista norte-americano, que era um medo que eles tinham, e consegui convencê-los a me levar ao comando deles, que falasse inglês", relatou.

Depois de uma conversa com o comandante do grupo, ele e sua equipe conseguiram se livrar da enrascada.

Essa é uma das histórias que Cabrini relata em seu livro, que traz ainda os bastidores de reportagens na guerra do Iraque, a localização de fugitivos da justiça, a rede de pedofilia na Igreja Católica, as causas do acidente do voo Varig 254 (que caiu na Amazônia em 1989), além da experiência de ser sequestrado por Farcs na Colômbia.

"'Cabrini nos leva a viver duas emoções em uma só narrativa. Apresenta um elenco de personagens encantadores e, talvez de forma involuntária, oferece o melhor caminho para se e conhecer a alma complexa de Roberto Cabrini, o repórter mais popular do país", opinou Caco Barcellos, do Profissão Repórter, em comunicado da editora à imprensa.

Aos 59 anos e contratado atualmente pelo SBT, Roberto Cabrini acumula passagens também por Globo, Band e Record. O jornalista lançou No Rastro da Notícia em 12 de novembro.

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