ASSUNTO PARTICULAR
REPRODUÇÃO/BAND
Catia Fonseca no comando do Melhor da Tarde, da Band; apresentadora acredita que TV exige versatilidade
Com 25 anos de carreira na televisão, Catia Fonseca acredita que, para se manter no ar, os artistas precisam se reinventar. A apresentadora do Melhor da Tarde, exibido de segunda a sexta na Band, afirma que "nunca" é uma expressão que não cabe em seu vocabulário, mas é categórica ao responder que tipo de atração não toparia comandar. "Eu não iria fazer um programa que falasse de sexo explícito porque não tem nada a ver comigo. Eu acho isso muito particular", revela em entrevista ao Notícias da TV.
Um programa de viagens, por outro lado, está na lista de desejos da comunicadora de 51 anos, que nestas férias, devido à pandemia da Covid-19, não pôde recarregar as energias conhecendo novos lugares, como costumava fazer em outras épocas. "Foi o oposto, fiquei trancada dentro de casa", lamenta ela, confessando que está neurótica quando o assunto é prevenção ao novo coronavírus.
"Parece que eu sou uma garrafa de vodka ou de cachaça ambulante, eu só cheiro a álcool gel", brinca, dizendo que, se for infectada pelo vírus, não será por falta de cuidados.
Ícone das donas de casa, Catia revelou que não vê a mãe e os filhos desde fevereiro, pelo bem deles. No início do isolamento social, ela apresentou o Melhor da Tarde diretamente de casa, acompanhada somente pelo marido, Rodrigo Riccó, que é diretor de suas produções, e de Neri Szimanski, assistente de direção e grande amigo do casal.
"Alguns profissionais faziam rodízio para ir para a Band produzir, e o restante do trabalho nós fazíamos de casa. Um dos quartos do apartamento deixamos só para colocar os produtos de merchandising. Foi muito cansativo, começávamos oito da manhã e acabávamos dez da noite", explica. Mas a veterana destacou o orgulho que sente por ninguém de sua equipe ter sido infectado pela Covid-19.
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O programa foi transmitido da casa de Catia
Catia encarou o "intensivão" provocado pela pandemia como um período de testes. Isso porque ela e o marido já tinham a intenção de levar o Melhor da Tarde para outras regiões do Brasil pelo menos uma vez por mês. "O Rodrigo estava estudando, junto com a engenharia técnica da Band, de que maneira poderíamos fazer isso ao vivo e com um custo menor, porque se jogar o sinal para o satélite fica um preço absurdo", expõe.
"O que foi testado na pandemia em casa é o que a gente vai levar, a partir do ano que vem, fazendo os programas ao vivo de qualquer Estado do Brasil, então acabou sendo legal por isso, foi enriquecedor", avalia.
"No meu ponto de vista, quando nós fazemos televisão, acabamos ficando muito egoístas, como se só existisse São Paulo. Vimos que é importante estar em outras praças", esclarece a apresentadora.
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A comunicadora topou se aventurar no rádio
Enquanto alguns artistas diminuíram o ritmo na pandemia, Catia aumentou seu volume de trabalho desde agosto, quando estreou na Rádio Bandeirantes o Do Bom e do Melhor, exibido ao vivo nas manhãs de sábado. Na atração, a apresentadora já entrevistou grandes nomes, como Boni e Tony Ramos.
"O rádio e a televisão são complementares, eu tinha vontade de fazer. Abracei [a oportunidade] e está sendo muito bom. É um público diferente, e a gente pode dar espaço para coisas que na televisão não consegue", comemora ela, que tem o rádio muito presente em sua vida desde que era criança.
"Eu sou da época que a gente ficava ouvindo o rádio com a mão no Rec [botão para gravar músicas]. Quando tocava a música que você gostava, você gravava na sua fita cassete. Eu fazia altas coleções de música", diverte-se.
Nos planos da apresentadora, também está uma terceira atração voltada para o agronegócio, no canal Terra Viva, também do Grupo Bandeirantes. A princípio, o projeto seria para o segundo semestre de 2020, mas foi adiado pela quantidade de tarefas da veterana no fim do ano.
"Tínhamos uma demanda de programas especiais de Natal, do Noite Feliz [especial natalino da emissora], teríamos que remanejar pessoas e reservar estúdios e ficaria muito apertado", enumera.
"Achamos melhor deixar para quando começar o ano, para efetivamente fazer um programa legal, porque também queremos ter externas e mostrar de fato como é, não só jogar um vídeo", diz a paulistana, prometendo que a proposta segue de pé para 2021.
O convite para o projeto foi motivo de felicidade para ela. "Sempre gostei de agronegócio, sempre fui aquela mala que assistia Globo Rural todo domingo", conta, acrescentando que, 15 anos atrás, comprou um sítio porque queria fazer uma horta autossustentável.
A ex-Gazeta ressalta a importância de se reciclar para conseguir permanecer na ativa: "Quando fomos pra Band, ficamos oito meses para entender o que o público queria, sendo metralhados por todos os lados. Mas não me importo, acho que isso nos ajuda a crescer".
A apresentadora confessa que o Melhor da Tarde hoje não tem nem um porcento da ideia original. "A gente achava que o público queria aquilo, mas fomos fazendo, tirando do ar o que não dava certo, reformulando. Vimos que não é simples, talvez amanhã tenhamos que mudar tudo de novo e isso faz parte", analisa ela. "Se você acha que você vai entrar na televisão e ficar fazendo algo fixo para sempre, você morre."
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Boa fase do programa trouxe felicidade
Conhecida como a rainha do merchandising, Catia comemora os bons índices comerciais de sua atração vespertina e diz que tenta incluir as propagandas no conteúdo do programa. "Várias ações comerciais de culinária são patrocinadas, e o cliente quer que eu cozinhe. Muitas vezes, eu é que separo as receitas, fico caçando nos meus livros antigos", revela.
"O problema do público com o merchandising é quando você não inclui o produto no conteúdo do programa. Quando inclui, ele vê que realmente é bom", ensina a apresentadora, que já anunciou até planos funerários.
"Trabalho duas horas no ar e mais oito fora dele porque gosto de me envolver em todo o processo de produção. Isso enriquece muito porque tem que ser uma equipe pensando do mesmo jeito, todo mundo integrado."
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Registro de férias em Nova York
Apesar de se considerar uma pessoa movida a desafios, Catia não se define como workaholic (termo em inglês utilizado para designar pessoas viciadas em trabalhar). "Sempre busquei medir e controlar. Não abro mão de relaxar, viajar e fazer outras coisas, senão vou me tornar uma pessoa muito chata, muito rude", pondera.
"Nunca vou fazer nada que vá tomar 100% do meu tempo profissionalmente, a ponto de eu não ter vida, porque eu sei que vai ter uma hora que não vai dar certo", continua a comunicadora, deixando claro que não se vê em um estado de monotonia.
"Amo fazer o que eu faço, mas se amanhã a Band me apresentar um projeto que pode parecer muito louco e eu achar 'puxa, eu vou embarcar nessa', eu embarco de cabeça, eu não tenho problema com isso, não."
Sobre 2020, Catia faz alguns balanços. "Pensando no lado coletivo, foi muito difícil, teve gente que perdeu o básico. Muita gente sem emprego, sem expectativa do que vai acontecer, sem o mínimo. Foi um ano complicado em relação a isso. Pessoalmente, foi enriquecedor porque percebi que a gente não tem o controle de tudo e isso está me trazendo leveza. Mas tem a saudade da família. Já profissionalmente, foi um ano de muito cansaço físico, mas de bons retornos", finaliza.
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