No canal Arte 1
Divulgação/Cine Group
O ator e diretor Caco Ciocler; primeiro filme dirigido por ele vai ser exibido na TV paga
REDAÇÃO
Publicado em 4/1/2015 - 18h53
O primeiro filme dirigido por Caco Ciocler, o Paulo da novela Boogie Oogie (Globo), estreia na TV paga nesta terça-feira (6), às 20h30, no canal Arte 1, do Grupo Bandeirantes. O documentário Esse Viver Ninguém me Tira reconstrói a trajetória de Aracy Guimarães Rosa, mulher do escritor Guimarães Rosa. A produção mostra a coragem dela para salvar vidas de judeus, enfrentando o regime nazista e as circulares secretas emitidas pelo governo de Getúlio Vargas. O ator afirma que a experiência atrás das câmeras foi “excitante e libertadora”.
“Na vida, tenho um olhar mais de diretor mesmo. Gosto de olhar para as coisas meio de fora. Foi muito libertador e excitante entender que essa minha pulsão meio voyeur podia ser exercitada dirigindo”, diz Caco Ciocler, que revela ainda que esse foi o pontapé em sua carreira como diretor. Ele pretende partir para direção de um longa-metragem de ficção neste ano, logo após terminarem as gravações da novela da seis.
O ator, que é judeu, afirma que sua curiosidade sobre Aracy se transformou em gratidão ao longo de sua imersão nos atos heróicos dela. O diretor confessa que não tinha o menor conhecimento sobre a sua "protagonista" quando foi convidado pela produtora Cine Group para assumir o projeto. “Durante o processo de busca, esbarramos em questões de direitos autorais porque não podíamos falar da relação dela com Guimarães Rosa”, revela Ciocler.
O filme conta com depoimentos de herdeiros de pessoas que foram salvas por ela e historiadores. A equipe da Cine Group filmou na Austrália, Israel e Alemanha, além do Brasil. Foram mais de dois anos de pesquisa e captação de imagens. “A produção fala sobre como as histórias podem ser mais próximas do que a gente imagina. Fala de encontros”, comenta Ciocler, que descobriu somente no fim do trabalho que seu avô conheceu Aracy.
Caco Ciocler em trecho do filme rodado no Muro dos Justos, em Jerusalém
Heroína anônima
O diretor afirma que o maior desafio foi tirar Aracy da sombra do marido famoso e conseguir sustentar seu protagonismo absoluto no longa-metragem. Ele também adianta que o documentário não segue o formato clássico, não se trata de uma investigação jornalística. Ciocler também é o responsável pelo roteiro e narra toda a história em primeira pessoa.
A produção foi exibida nos festivais de cinema de Gramado (RS) e do Rio de Janeiro antes de entrar em cartaz em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília no circuito Itaú de Cinema, em 11 de dezembro. A primeira semana de exibição obteve ótimo retorno junto ao público, desbancando outras produções nacionais. No mesmo dia da estreia nos cinemas, o filme foi exibido em um evento interno da Globo para o elenco da emissora. A sessão especial foi um parceria da Cine Group com a área de Desenvolvimento Artístico da Globo.
Caco Ciocler por trás das câmeras dirigindo filmagens do documentário na Austrália
TV paga
O canal Arte 1 adquiriu os direitos de exibição no Brasil em primeira mão. “Nossa expectativa é promover uma reflexão principalmente sobre os 25 anos da queda do muro de Berlim, na Alemanha. Não podemos tolerar perseguição e preconceito seja onde for. Esse filme mostra uma mulher com coragem de não se render as regras que lhe foram impostas”, diz Mônica Monteiro, CEO da Cine Group.
Ela também revela que Ciocler foi incansável no trabalho de “lapidação” do longa. “Ele construiu um filme que emociona, tornando a notável história de Aracy ainda mais especial”, observa.
Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, que ficou conhecida como o “Anjo de Hamburgo”, morreu em 2011 aos 102 anos em São Paulo. Com mal de Alzheimer, ela passou os últimos anos de vida sem se lembrar dos atos heróicos que fez. Aracy foi a única brasileira inscrita na Avenida dos Justos entre as Nações, em Jerusalém, Israel.
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