DOMINGO ESPETACULAR
REPRODUÇÃO/RECORD
Dedé Santana em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record: sonho de morrer no palco
Aos 88 anos, o humorista Dedé Santana confessou um dos seus sonhos mais inusitados em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record. O "eterno trapalhão" explicou que quer sair de cena de uma maneira apoteótica --se despedindo do público e da vida em cima de um picadeiro de circo. "Não quero parar [de trabalhar], porque aí fico velho", soltou.
O artista, porém, assegurou aos telespectadores do Domingo Espetacular que a sua derradeira apresentação ainda está bem longe de acontecer. Ele até desmentiu que tenha sido internado na semana passada. "Alguém me viu no hospital fazendo exames e espalhou [a notícia falsa]", explicou.
Segundo Santana, ele aprendeu com Renato Aragão --o Didi de Os Trapalhões (1977–1995)-- a não descuidar da saúde:
Todo ano eu faço uma bateria de exames, como aprendi com o Renato, porque até então era muito relaxado [com a própria saúde]. Aproveitei que estava aqui em São José dos Campos [no interior de São Paulo], que tem bons hospitais, para fazer esses procedimentos.
O comediante contou que o boato se espalhou tão rápido que sua filha, Yasmim Sant'Anna, recebeu inúmeras mensagens nas redes sociais. "Ela cuida dos meus perfis e não aguentava mais responder as pessoas. Tive que vir aqui esclarecer", brincou.
Dedé não esconde que o seu lugar sempre foi o palco, a ponte de querer morrer durante uma de suas apresentações. "Meu sonho era morrer no picadeiro do circo", disparou ele, que herdou a paixão pela arte do pai, Oscar Santana.
"O momento mais difícil da minha vida foi quando chegamos a uma cidade com o circo [da família] em uma situação bem ruim. Meu pai disse: ou a gente dá a volta por cima ou acaba com tudo de uma vez", iniciou ele, que foi além:
No dia da estreia, meu pai foi comprar uma lata de tinta e foi atropelado. Morreu [na hora]. Minha mãe [Ondina Santana] disse que a gente tinha de se apresentar mesmo assim, porque não tínhamos nem o dinheiro para enterrá-lo.
De acordo com Dedé, ele guarda uma única mágoa na carreira: a de não ter sido homenageado por algum dos inúmeros festivais de cinema do Brasil. "Nós, os trapalhões, ensinamos o brasileiro a assistir a filme nacional. Eu tinha o sonho que alguém me chamasse para receber [um prêmio]. Nunca aconteceu", lamentou.
Ele assume que não administrou bem a carreira. "A gente que é artista não sabe dessas coisas. Dei muita cabeçada, recomecei diversas vezes. [Eu e o Didi] até já fomos mandados embora da TV duas vezes porque acharam a gente sem graça", finalizou.
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