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Pornolândia

Aos 56, musa da pornochanchada estreia programa de sexo 'liberal'

Divulgação/Canal Brasil

A atriz Nicole Puzzi em foto para divulgar Pornolândia, programa que apresentará no Canal Brasil - Divulgação/Canal Brasil

A atriz Nicole Puzzi em foto para divulgar Pornolândia, programa que apresentará no Canal Brasil

PAULO PACHECO

Publicado em 28/5/2014 - 19h41
Atualizado em 30/5/2014 - 23h13

Musa da pornochanchada nos anos 1970 e 1980, Nicole Puzzi foi resgatada pelo Canal Brasil para falar abertamente sobre sexo no programa Pornolândia, que estreia na próxima quarta-feira (4), à meia-noite. Aos 56 anos, a atriz ficou surpresa com o convite por causa da idade, porém não vê problemas em uma mulher mais experiente abordar o tema da sexualidade na televisão.

"Achei que minha carreira no sexo tinha acabado, não tem nada a ver com uma senhora. De repente, estou aí. Não esperava esse convite. Achei ótimo. Estou voltando a ser símbolo sexual com 56 anos. Por que não uma mulher de mais idade falar sobre sexo? Principalmente uma mulher que já passou por várias experiências profissionais? Uma mulher de 56 anos tem mais experiência do que uma menina de 24", argumenta Nicole ao Notícias da TV.

Sem pretensão de ser didática, a atriz abordará qualquer assunto relacionado à sexualidade e usará sua experiência no cinema para conduzir um programa liberal, sem pudores nem preconceitos.

"Vou falar sobre os desejos sexuais das pessoas, fetiches, livros, tudo relacionado a sexo. Não sou sexóloga. Sou uma ex-atriz de pornochanchada e, ao mesmo tempo, me considero engraçada, inteligente e totalmente desprovida de preconceitos. Não se faz um bom programa sobre sexo se você tiver algum preconceito contra sexo", ensina.

Feito em parceria com a produtora de conteúdo erótico Xplastic, Pornolândia terá entrevistas de Nicole Puzzi com pessoas ligadas à sexualidade, como garotas de programa e autoras de livros sobre sexo. Na estreia, a atriz reencontrará uma ex-colega de pornochanchada, Noelle Pine. Com 26 episódios de 12 minutos, a atração também terá nudez em ensaios sensuais.

A dançarina Sweetie Bird faz ensaio nu na estreia do programa Pornolândia (Reprodução/Canal Brasil)

Nicole Puzzi, que saiu do interior do Paraná aos 14 anos com a família rumo a São Paulo, começou na pornochanchada por curiosidade ao lado de outro ícone do gênero, David Cardoso. Tinha 17 anos, mas falou a ele que tinha 18: "Eu era muito adiantada para a época. Eram os anos 1970, só entendendo a época para compreender".

Quase 30 anos após seu último trabalho no cinema, em Eu (1987), a atriz conta que é assediada por fãs mais velhos e também jovens. "Tem uns menininhos mais tarados, de 16, 17 anos, que me olham e perguntam: 'Você fez aquele filme?". Os velhos são todos doidos! Eles chegam perto de mim e não conseguem nem falar, travam porque vem a recordação do início da vida sexual deles. Isso para mim é o maior elogio, fico feliz", conta.

Solteira convicta, a atriz ainda recebe propostas de casamento e sexo por dinheiro, e também já foi chamada para atuar em filmes pornográficos, porém negou todos os convites: "Não faço filme de sexo explícito porque não consigo me deitar com um homem que eu não quero".

As maiores paixões de Nicole Puzzi são sua filha, Dominique, 27 anos, e seus cinco cachorros (ela é defensora dos animais e vegetariana há 40 anos).

Embora tenha atuado em 30 pornochanchadas e contracenado com grandes atores, como Tarcísio Meira e Marcello Mastroianni, Nicole Puzzi diz ter uma vida sexual "muito mais morta do que se imagina" e acredita já ter decepcionado na cama.

"Tenho meus desejos, minhas pessoas, mas não sou de plantar bananeira. Gosto mais do convencional, toda minha vida fui assim. Fui muito decepcionante para muitos homens que vieram dormir com a Nicole Puzzi e que eu aceitei", relembra, aos risos.

Para Nicole Puzzi, que já foi discriminada na TV e no teatro e chegou a ser agredida por mulheres por causa dos filmes, ainda há tabus e hipocrisia na sociedade quando o assunto é sexo.

"Quem tem preconceito contra pornochanchada é medíocre e mal resolvido sexualmente. O ser humano tem um problema de relacionar o prazer com a verdade. Há milênios achamos o sexo algo a ser escondido, punido. No passado, foi uma maneira de dominar o povo, mas hoje estamos em um momento de liberdade", avalia.

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