Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Threads
BlueSky
Instagram
Youtube
TikTok

'PUBLI' DAS ANTIGAS

Agora no cinema, Cavaleiros do Zodíaco virou sucesso que chocou a Manchete

Divulgação/Toei Animation

Hyoga, Shun, Seiya, Shiryu e Ikki posam em cena do anime Os Cavaleiros do Zodíaco

Hyoga, Shun, Seiya, Shiryu e Ikki eram os cinco protagonistas do anime Os Cavaleiros do Zodíaco

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 2/5/2023 - 6h25

De volta ao cenário cultural desde a última quinta-feira (27), quando estreou o filme Saint Seiya: O Começo, Os Cavaleiros do Zodíaco viraram um fenômeno no Brasil nos anos 1990 por acaso. Nem a Manchete, que exibiu o anime, esperava tamanha tanta repercussão. Aliás, a emissora de Adolpho Bloch (1908-1995) só colocou o desenho na grade porque ganhou os episódios iniciais como brinde.

É que a distribuidora de brinquedos Samtoy, que licenciava os produtos da Bandai no Brasil, queria vender os bonecos de Seiya, Shiryu, Shun e companhia, mas a história dos defensores de Atena ainda era desconhecida por aqui --na época, o consumo de mangás era menor, e não havia internet para que os fãs encontrassem notícias sobre o que fazia sucesso no Japão.

Para incentivar a busca pelos brinquedos, a Samtoy tentou emplacar o desenho na Globo --mas foi recusada. Diretores da empresa conseguiram, então, uma reunião com Eduardo Miranda, que era chefe da divisão de cinema da Manchete. A proposta era tentadora: a distribuidora cederia os 52 primeiros capítulos do anime de graça para a rede de TV; em troca, seriam exibidas propagandas da linha de bonecos nos intervalos comerciais.

Como a Manchete não tinha dinheiro para adquirir novos desenhos e renovar sua programação, Miranda se interessou. Ao assistir a um trailer de 15 minutos de Os Cavaleiros do Zodíaco, porém, ele ficou chocado. "O vídeo era exatamente assim: sangue, violência, tentativa de suicídio, autoflagelação, cara furando os olhos... Aí você pensa: estou com uma programação completamente infantil. Como posso dar um parecer positivo a isso?", lembrou ele em conversa com o Omelete em 2014, 20 anos após a estreia no Brasil.

Inicialmente, Miranda recusou a proposta. Frustrou tanto os executivos da Samtoy, que precisavam da vitrine para os bonecos, quanto o departamento comercial da emissora. Pressionado por todos os lados, ele pediu para ver episódios completos do anime e, assim, avaliar melhor a atração. Recebeu cinco capítulos e se surpreendeu com o que viu: "Na hora, entendi que não tinha nada a ver com aquela violência sem nexo do trailer". Mudou de ideia.

Em 1º de setembro de 1994, a Manchete colocou Os Cavaleiros do Zodíaco no ar. Foi um sucesso instantâneo, para alegria de todas as partes. Mas a felicidade rapidamente virou um problemão para a emissora: ela tinha apenas os 52 primeiros capítulos e, com a exibição de segunda a sexta, eles se esgotariam em dois meses e meio.

Assim, em novembro, quando os cinco cavaleiros de bronze chegaram à casa de Leão na clássica saga da Batalha do Santuário, a história recomeçou do zero. O mesmo ocorreu em janeiro de 1995 e, novamente, em abril daquele ano. Quando percebeu que, apesar da revolta dos fãs, a audiência não caía --muito pelo contrário, novos interessados começavam a acompanhar a trama a cada reprise--, a Manchete abriu o bolso e adquiriu os 62 episódios restantes.

O último capítulo de Os Cavaleiros do Zodíaco fez sua estreia no Brasil em 17 de outubro de 1995, mas o anime seguiu na programação da Manchete até 12 de setembro de 1997, três anos depois de sua primeira exibição. Com a crise financeira cada vez pior, a emissora saiu do ar de vez em 10 de maio de 1999.

Depois, o anime clássico foi exibido pelo Cartoon Network, pela Band, pela Rede 21, pela PlayTV e pela Rede Brasil. Atualmente, os 114 episódios estão disponíveis na plataforma Crunchyroll --que também conta com a segunda temporada da nova versão da atração, feita em 3D.

Confira o trailer do filme live-action dos heróis, em cartaz nos cinemas:


Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.