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Vendendo muito

Hit da Copa, tela de plasma pode ter imagem pior do que TV de tubo

Divulgação

TV de plasma da Samsung; a empresa é uma das quatro marcas que ainda produzem o modelo - Divulgação

TV de plasma da Samsung; a empresa é uma das quatro marcas que ainda produzem o modelo

EDUARDO BONJOCH

Publicado em 27/6/2014 - 0h10
Atualizado em 6/7/2014 - 7h44

RESUMO: Televisores de plasma foram os campeões de venda antes do início da Copa e assim permanecem durante o Mundial. O problema é que os modelos com custo mais atraente não são indicados para reproduzir conteúdos em alta definição. O desempenho dos aparelhos com essa tecnologia, já ultrapassada, é comparável ao das TVs de tubo

Com preços até 40% mais baixos do que os modelos de LED de mesmo tamanho, as TVs de plasma foram campeãs de vendas antes do início da Copa e continuam na preferência do consumidor durante o Mundial. Mas o que muitos não sabem é que a qualidade da imagem dos televisores de plasma mais baratos pode ser inferior ao da TV de tubo que você tem na sala há mais de dez anos.

Em promoções anunciadas na semana passada no varejo, é possível encontrar aparelhos de plasma de 43 polegadas sendo vendidos por R$ 1.200, cerca de R$ 300 a mais do que um de LED de 32 polegadas ou R$ 600 a menos na comparação direta com uma tela de LED de 42 polegadas. E são justamente os plasmas de custo atraente que pecam mais na qualidade.

O principal problema está na resolução, que é de apenas 852 por 480 pixels nos equipamentos mais baratos de 43 polegadas ou de 1.024 por 480 pixels nas telas de valor mais tentador com 51 polegadas. Pixels são pequenos pontos que formam a imagem na tela. Quanto mais pixels, melhor a resolução.

Essa resolução de 852 por 480 pixels é tão baixa que não pode ser considerada HD. É quase a mesma dos televisores de tubo: 640 por 480 pixels, mas esses tinham a seu favor os tamanhos menores, quase sempre de até 29 polegadas.

Quando a tela aumenta de tamanho, as imperfeições da imagem, recorrentes da baixa resolução, ficam mais evidentes. E isso pode frustrar o consumidor, que vai precisar conviver com a perda de definição e os indesejáveis quadriculamentos, mesmo na exibição de conteúdo HD.

Por R$ 200 a mais, o consumidor pode levar para casa uma TV de plasma de 43 polegadas com resolução de 1.024 por 768 pixels. Disponíveis também em 51 polegadas (custo médio de R$ 2.000), esses aparelhos pertencem à categoria HD Ready, que está preparada para exibir imagens de alta definição, embora não apresentem resolução Full HD (1.920 por 1.080 pixels), que é a melhor opção para preservar a máxima qualidade das transmissões atuais.

Dias contados

Apenas quatro marcas (LG, Samsung, Panasonic e Philco) continuam vendendo TVs de plasma aqui no Brasil. A Panasonic, que foi grande defensora dessa tecnologia durante anos, decidiu interromper, mundialmente, a produção no final de 2013. Na época, a empresa culpou pela decisão os altos custos de produção, que impediam uma competição mais justa com os equipamentos de LED. 

“Ainda é possível encontrar alguns modelos nas lojas, mas não serão repostos porque estamos focados em produzir TVs de LED”, afirma Claudio Nadanovsky Santos, especialista em marketing de produto da Panasonic.

Segundo o executivo, o aumento de vendas antes da Copa não interferiu nos resultados da empresa no Brasil. “Nossas TVs de plasma são todas Full HD e do tipo Smart. O crescimento ocorreu apenas entre os modelos básicos, que trazem resolução HD ou inferior e não acessam a internet”, diz.

Procuradas pelo Notícias da TV, LG e Samsung confirmaram que vão continuar fabricando esses televisores até o final do ano. “Estamos produzindo telas de 50 e 60 polegadas, mas, no mundo, a produção de painéis (componente principal na montagem dos aparelhos) está chegando ao fim”, declara Rogério Molina, gerente-geral de TVs da LG.

“Ninguém fabrica painéis no Brasil, portanto, dependemos das decisões que são tomadas lá fora. Hoje, por exemplo, já não são fabricados painéis de 42 polegadas, e toda a produção de painéis maiores tem como destino o Brasil”, completa.

Preços devem se estabilizar

Para a Samsung, os aparelhos de plasma tornaram-se os substitutos naturais dos modelos de tubo e por isso venderam tanto. “O consumidor desse tipo de produto se importa muito com o preço e o tamanho da tela. Não está preocupado em ter uma TV de LED com acesso à internet porque sua referência em casa ainda é a TV de tubo”, comenta William Peter Lima, gerente de produto de TV.

Os executivos da Samsung e da LG dizem não acreditar que os preços dos televisores de plasma baixarão mais nos próximos meses. “Nunca tinha visto uma guerra tão forte no varejo quanto neste ano”, comenta Molina. “Os valores praticados nas lojas estão muito abaixo das sugestões dos fabricantes e por isso não devem cair mais.”


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